Juiz de Fora tem mais de 6,5 mil empresas abertas em 2022

Em contrapartida, 3.103 negócios foram fechados no período; números da cidade têm queda de 8,9% em relação ao ano anterior

Entre janeiro e junho deste ano, 6.663 empresas foram abertas em Juiz de Fora enquanto outras 3.103 foram fechadas. Os dados constam no Painel Mapa de Empresas, plataforma produzida pelo Ministério da Economia e indicam tendência de expansão do ecossistema de novas empresas, ainda que em volume menor que em 2021. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) aponta aceleração no ritmo de abertura de empresas a nível nacional durante a pandemia, o que seria resultado da redução de postos de trabalho e a simplificação do processo para a formalização de negócios.

Segundo os números da plataforma do Ministério da Economia, Juiz de Fora tem saldo positivo de 3.560 empresas em 2022. As mais de 6,5 mil empresas abertas neste ano representam 8,9% de queda quando comparadas às 7,3 mil aberturas registradas no mesmo período do ano anterior. Nos seis primeiros meses de 2021, o saldo positivo ficou na casa das 4,8 mil empresas.

Apenas no mês de junho, foram 1.113 novas empresas criadas em Juiz de Fora. Dessas, 1.088 foram matrizes, e 25, filiais. Outras 499 foram fechadas durante o mês. No total, a cidade tem 66.410 empresas devidamente registradas.
A nível estadual, foram criadas mais de 212 mil novas empresas entre janeiro e junho, o que coloca Minas Gerais como o segundo estado brasileiro com o maior número de aberturas de empresas. No mesmo período, foram fechadas 94 mil empresas mineiras, constituindo saldo positivo de 117,4 mil.

No total, são 2,1 milhões de empresas ativas em Minas Gerais, colocando o estado como o segundo do país com o maior saldo. Minas tem cerca de 10% dos 19,61 milhões de empresas ativas no Brasil.

Desemprego e pouca burocracia impulsionam números

Segundo o analista do Sebrae Minas Davidson Paulino, a entidade observa um aumento significativo de abertura de novos negócios a nível nacional desde o início da pandemia. Para ele, o desligamento ou afastamento das atividades regulares, sobretudo aquelas que têm a CLT como regime principal, foram fatores que motivaram a necessidade de empreender. “Devido à necessidade de gerar uma nova fonte de receita ou por perceber, algumas vezes, oportunidades, esse movimento de abertura de novas empresas acaba sendo maior”, diz Paulino. “Mas a grande maioria (das pessoas) é por necessidade, não por oportunidade”, pondera.

Aliado à necessidade, a desburocratização para abertura de micro e pequenas empresas é outro fator que facilitou a adesão. Para criar um CNPJ de microempreendedor, basta ter acesso à internet, assim como para conseguir alvarás de funcionamento e licenças para operação, a depender da área de atuação. De acordo com o Mapa de Empresas, em média, a pessoa precisa de 23 horas para formalizar a criação de uma empresa em Juiz de Fora. A facilidade também é um motivador para que o empreendedor saia da informalidade e registre o negócio.

Varejo de vestuário e acessórios é carro-chefe

Entre as atividades econômicas mais comuns em Juiz de Fora, o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios puxa a fila, com 3.566 empresas do tipo. Em seguida, vêm cabeleireiros, manicure e pedicure; obras de alvenaria; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares; e fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar.

“Essas atividades, muitas vezes, a pessoa pode desempenhar da própria casa e exige um investimento não muito representativo a ponto de impedir que a pessoa trabalhe. Também são ações que as pessoas conseguem ter acesso a capacitações com um investimento inicial baixo”, avalia Paulino, lembrando que até mesmo o dinheiro recebido pela rescisão do contrato no regime CLT pode ser utilizado como capital inicial na empreitada.

De acordo com o analista, o Sebrae recebe um grande movimento de busca de informações no momento em que o indivíduo está formalizando a empresa, na procura por orientações no processo da criação. Entretanto, poucos são os que buscam preparação para auxiliar no desenvolvimento da atividade profissional.

‘Ideias de negócios’

O Sebrae Minas oferece cursos pagos e gratuitos para auxiliar os empreendedores. Uma das iniciativas é a página “Ideias de negócios” (sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias), que fornece orientações sobre como se preparar para atuar em diferentes atividades.

As informações são da Tribuna de Minas, associada AMIRT

Foto: Felipe Couri

Pesquisar