Um homem de 41 anos, natural de Alagoas, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por violência psicológica e lesão corporal, crimes cometidos contra a companheira, uma cidadã do Reino Unido, de 52 anos. Os dois se conheceram há três anos e moravam, desde fevereiro, no povoado de São Tomé, zona rural de Cordisburgo, região Central do estado.
As investigações começaram na última sexta-feira (16/4), depois que a mulher conseguiu entrar em contato com a Delegacia de Polícia Civil em Cordisburgo, por meio de uma ferramenta em site de buscas na internet que redireciona mensagens para o e-mail do local pesquisado pelo usuário.
Em inglês, já que não se comunica em português, a mulher se identificou como cidadã britânica e contou estar morando em uma fazenda, na zona rural de Cordisburgo, sem saber indicar o endereço exato. Na mensagem, ela contou ser vítima de violência doméstica por parte do companheiro.
Por meio de levantamentos e da troca de informações entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, o casal foi localizado no povoado de São Tomé. A mulher confirmou os fatos aos militares, sendo o casal encaminhado à Delegacia de Plantão em Sete Lagoas.
Após a formalização dos procedimentos policiais, a mulher conseguiu chegar ao aeroporto e retornar para o Reino Unido. As investigações prosseguiram, culminando no indiciamento do suspeito. O inquérito foi remetido à Justiça.
Relacionamento abusivo
Conforme apurado, o casal teria se conhecido por meio de uma rede social. Depois de alguns meses morando em São Paulo, os dois resolveram se mudar para o Reino Unido, onde viveram por dois anos. Em fevereiro deste ano, o casal decidiu voltar para o Brasil e escolheram o interior de Minas Gerais para morar.
A mulher relata que já havia sido vítima de violência doméstica por parte do companheiro, com agressões física e psicológica, mas não formalizou denúncia. No entanto, ela decidiu retornar para o Reino Unido, o que não era aceito pelo homem.
Com a ajuda de amigos britânicos, ela conseguiu comprar uma passagem aérea, porém o investigado se negava a prestar auxílio à vítima que, além de estar na zona rural, não se comunicava em português, nem tinha moedas do país.
Sem acesso a serviço de telefonia, já que o homem teria quebrado o telefone dela, a mulher conseguiu um celular que, apesar de não completar ligações, conectava-se à rede wi-fi da residência, meio pelo qual ela conseguiu enviar as mensagens à delegacia da PCMG.
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