A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu 19 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão nas cidades de Manhuaçu, Reduto, Martins Soares, Simonésia e Raul Soares, na Zona da Mata mineira, bem como em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e na zona rural Iúna, no estado do Espírito Santo. Os alvos da operação, denominada Colheita, são suspeitos de envolvimento em tráfico de drogas, que agiam em Ponte Nova, na Zona da Mata.
Durante a ação, deflagrada na última sexta-feira (20/5), foram apreendidos entorpecentes, armas e dinheiro, além de celulares, computadores e outros equipamentos que serão encaminhados para análise da PCMG em Ponte Nova.
As investigações, coordenadas pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes em Ponte Nova, começaram em janeiro deste ano, após a suspeita de que detentos da unidade prisional da cidade estariam recebendo celulares e alugando os aparelhos a outros internos. De acordo com o delegado Silvério Rocha, em posse desses celulares, os presos conseguiam coordenar comparsas em liberdade e, com isso, permaneciam gerenciando esquemas criminosos.
Levantamentos indicam que os suspeitos obtinham lucros consideráveis com esse esquema de aluguel de celulares. Outras quantias ainda mais elevadas eram obtidas com o tráfico de drogas, sendo a contabilidade do esquema criminoso realizada por indivíduos fora do sistema prisional.
Com a operação, os investigados em liberdade foram presos e aqueles que já cumpriam pena terão representados contra eles a aplicação de regime disciplinar mais rígido.
Participaram da operação cerca de 70 policiais civis do 12º Departamento, três policiais militares – com cães farejadores do Batalhão de Polícia Militar em Manhuaçu -, além de policiais penais do setor de inteligência interna do sistema prisional e da Polícia Rodoviária Federal.
Grupo criminoso
Conforme apurado, o líder do grupo criminoso, que cumpre pena em Ponte Nova, utilizava os celulares tanto para aluguel quanto para continuar comandando a distribuição de drogas na região de Manhuaçu, onde foi preso em 2020. Para isso, ele contava com a ajuda de alguns familiares, sobretudo de um sobrinho, encarregado de transportar entorpecentes do estado de São Paulo para um sítio na zona rural de Iúna, no Espírito Santo. Posteriormente, as drogas eram redistribuídas para cidades mineiras de Manhuaçu, Reduto, Martins Soares e Simonésia. A equipe que investiga o caso também aponta que, a partir de contatos feitos de dentro do presídio, o grupo passou também a fornecer drogas a criminosos de São Pedro dos Ferros.
A Polícia Civil em Ponte Nova apura, ainda, se uma grande quantidade de droga apreendida pela Polícia Rodoviária Federal em Iúna, na última quarta-feira (18/5), a poucos quilômetros da fazenda onde foram cumpridos mandados de prisão e de busca na ação de sexta-feira (20/5), tem relação com o grupo criminoso investigado.