Juiz de Fora: Viana diz que visita de Bolsonaro consolida pré-candidatura ao Governo

Pré-candidato do PL ao Governo de Minas, o senador Carlos Viana estará em Juiz de Fora nesta sexta-feira (15), acompanhado do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição. Nesta quinta-feira, Viana concedeu uma entrevista exclusiva às equipes da Tribuna e Rádio Transamérica Juiz de Fora, na sequência da série de sabatinas com nomes colocados como postulantes ao Palácio da Liberdade. Durante a conversa, o senador se colocou como o candidato de Bolsonaro em Minas, fez críticas ao governador Romeu Zema (Novo) e pontuou a passagem pela cidade nesta sexta como ponto de partida para a consolidação de sua candidatura. “Será o nosso primeiro compromisso dentro dessa condição de um nome definido para disputar o Governo do estado”, sintetizou.

“A ida a Juiz de Fora foi minha sugestão. Eu conversei com o presidente sobre a necessidade de realizar uma série de agendas no estado, em regiões importantes para o nome dele, como Juiz de Fora, que centraliza toda Zona da Mata e que, em momento algum, ficaria de fora”, afirmou Viana. Assim, o senador desdenhou de falas recentes de outros pré-candidatos ao Governo, que tratam uma possível candidatura de Viana como possibilidade ainda não consolidada. “A minha é de que a pré-candidatura é uma forma mais de mostrar a todos os mineiros que nós caminhamos muito pouco e que precisamos ser mais exigentes com a política”, já em tom crítico à gestão do governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição.

Para ele, Zema não conseguiu ir além de suas obrigações como gestor. “As decisões que fazem parte da obrigação de quem está administrando um estado não podem ser consideradas como os pontos principais de nenhuma Administração. Por exemplo, colocar em dia o salário dos servidores? Isso é obrigação de um gestor. Fazer com que a casa fique arrumada é uma obrigação de um gestor. Agora, fazer com que o estado tenha um novo plano de desenvolvimento é uma proposta de governo que não foi aplicada”, considerou o senador.

Palanque para projeto de reeleição de Bolsonaro

Por outro lado, Viana admitiu que sua pré-candidatura nasceu da necessidade de garantir um palanque forte para o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro no estado. Principalmente, após as frustrações nas movimentações do presidente no sentido de garantir uma aliança com Romeu Zema já no primeiro turno. “Não quero que a esquerda volte a governar Minas Gerais, nem o Brasil. Isso é voltar ao aparelhamento estatal e às políticas de bastidores. Então, eu apoio o presidente e coloquei o meu nome à disposição em Minas. O atual governador não quis. Eu então fui convidado pelo presidente e estou aqui disposto como pré-candidato a encarar esse desafio.”

Críticas à articulação política de Zema

Para Viana, as dificuldades de articulação política do governador Romeu Zema impediram que o estado avançasse em pautas consideradas importantes pelo senador, como as discussões em torno do Regime de Recuperação Fiscal e a privatização de estatais. “O governador fez uma série de ataques aos deputados estaduais e à Assembleia Legislativa”.

Para o senador, Zema e o Novo “mentiram para os mineiros”. “O presidente tem muita clareza sobre essa questão. Ele não pode ficar à reboque de um partido que quer ter uma chapa única e que está oferecendo um apoio no segundo turno. Jair Bolsonaro tem uma importância muito grande no cenário político nacional.

Ainda em tom crítico ao atual Governo estadual, Carlos Viana defendeu que política “se faz com diálogo”. “Quem trabalha no Executivo tem que sentar com o Legislativo; tem que conversar com o Judiciário. Para isso é que a gente divide o poder. Um governo como o do Novo, que criticou os políticos o tempo inteiro, falava mal dos deputados estaduais, dos deputados federais e do sistema eleitoral, vai para a Assembleia quase que em uma imposição. A Assembleia não aceita. Os deputados são autônomos e foram eleitos pela população. Eles têm voto. Ninguém lá pagou ingresso. Então, se eu sou o governador de Minas Gerais, eu tenho que sentar obrigatoriamente com o presidente da Assembleia e conversar com ele. Não foi o que aconteceu”, avaliou o senador.

Foto:  Leonardo Costa

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