Entre janeiro e abril, foram 28 atendimentos e sete prisões em flagrante referentes a furtos de materiais metálico e elétrico
Em 2022, a média de furtos de material público em Juiz de Fora já chega a quase dez por mês. De acordo com levantamento realizado pela Guarda Municipal, entre início de janeiro e final de março, foram realizados 28 atendimentos referentes a este tipo de ocorrência na cidade, em grande parte de fios elétricos e materiais metálicos. A modalidade criminosa tem se mostrado crescente na cidade e gera prejuízos a serviços essenciais à população, como abastecimento de água, luz e telefonia, entre outros.
Uma das principais empresas afetadas é a Cesama, responsável pela distribuição de água no município. Só neste ano foram registrados cinco furtos e um prejuízo de R$ 15 mil em material elétrico. É importante ressaltar que este valor corresponde apenas aos materiais furtados e não aos custos totais de recuperação, que envolvem outros gastos, como a mão de obra da parte elétrica e serralheria empregada para o restabelecimento da rede. Para se ter ideia, no último dia 26, um furto de cabos de cobre na elevatória de esgoto no Bairro Terra Nostra acarretou prejuízo de R$ 12.700 à companhia.
Em 2021, o número de furtos em unidades da Cesama também foi alto, uma média de duas ocorrências por mês. No total, a companhia registrou 24 ocorrências, a maior parte em elevatórias de água e esgoto da cidade. O prejuízo financeiro, sem os custos totais de recuperação, foi de R$ 64.500.
A reportagem também solicitou dados à Polícia Civil e à Polícia Militar, mas as corporações informaram que não possuem levantamentos específicos sobre esse tipo de furto. A Cemig, responsável pela distribuição de energia em Juiz de Fora, também afirmou que não tem um número consolidado das ocorrências de furtos de cabos na cidade, visto que, na maior parte das vezes, eles ocorrem na rede interna do cliente, sendo de responsabilidade do contratante.
O técnico em Rede Subterrânea da Cemig, Felipe Silva explica que os furtos de cabos podem ocorrer tanto na rede da Cemig, quanto no ramal de alimentação do cliente. “A falta de energia pode acontecer ou não, depende do cabo que foi retirado e da característica da rede. Quando o cliente constata essa interrupção de energia, ele entra em contato com a Cemig e uma equipe vai até o local fazer a identificação.” Nesse processo, caso seja identificado furto na rede da Cemig, a empresa providencia a reposição, mas se o crime ocorreu em algum circuito de responsabilidade do cliente, a companhia desliga a rede de energia e entrega ao cliente para correção.
Custo de recuperação supera R$ 800 mil em elevatória
Nos dias 30 de abril e 4 de maio de 2021, a elevatória de esgoto localizada embaixo do Viaduto Augusto Franco foi alvo de furto. Na ocasião, criminosos arrombaram a proteção e furtaram os cabos de alimentação da subestação até os quadros de comando, além de danificarem transformadores de propriedade da Cesama. Segundo dados da companhia, os gastos de recuperação na unidade, incluindo mão de obra elétrica e de serralheria, foram de R$ 893.500,16.
O técnico Felipe Silva aponta que os gastos de recuperação dependem muito da característica da rede. “O prejuízo não é só com o roubo de cabos. Em algumas redes, temos fusíveis que são danificados no momento do furto e precisam ser trocados, além de outros componentes de valores altos que incidem no custo dessa recomposição.” Ainda de acordo com ele, os cabos elétricos são os principais alvos dos criminosos, visto que são feitos de cobre e possuem valor atrativo no mercado.
Sete prisões em flagrante
Só em 2022, sete pessoas foram presas em flagrante ao tentar realizar furtos de materiais metálicos em Juiz de Fora, de acordo com a Prefeitura. Para evitar esse tipo de delito, a Guarda Municipal afirmou que realiza rondas preventivas periódicas. O trabalho é feito por equipes em escala de serviço de 24 horas. Em casos de flagrante delito, seja em equipamentos públicos ou privados, a corporação age, fazendo a prisão do autor e apresentando-o à delegacia de Polícia Civil.
Sobre o fato, a Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), órgão gestor da Guarda Municipal, afirmou, em nota, que “compreende a complexidade do problema e vem se articulando com órgãos de fiscalização e instituições policiais para buscar soluções eficazes para a questão. Operações conjuntas são feitas tendo como foco a compra e a receptação desses materiais furtados na cidade”.
Apoio da população
O técnico da Cemig afirma que a população tem um papel muito importante nas denúncias de casos suspeitos. Para além dos trabalhos de fiscalização já realizados pela polícia, Felipe afirma que é preciso que os moradores fiquem atentos a qualquer pessoa que esteja adentrando em alguma unidade da Cemig, ou subindo em algum poste sem a devida caracterização de funcionário da empresa ou de prestador de serviço. “Nesses casos, é preciso acionar a polícia e, mediante perda de energia, comunicar a Cemig também.”
As informações são do Tribuna de Minas, associada AMIRT.
Foto: Divulgação/PJF