Após receber pedido da União, governador propôs que, para aceitá-lo, o espaço teria que ser leiloado para a iniciativa privada
O Governo de Minas Gerais recebeu na semana passada um pedido da União para assumir, em plena operação, a gestão do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste da Capital. No entanto, o governador Romeu Zema (Novo), para aceitar o pedido, apresentou a condição de que o empreendimento seja privatizado.
Diante da articulação em vigência, até o presente momento a União não apresentou definição diante do retorno do governo mineiro sobre leiloar o modal.
Conforme já publicado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o presidente da Associação Voa Prates, Estevan Velásquez, contou que já tem três anos que a entidade mantém um diálogo de valorização sobre a plataforma aérea com o Governo de Minas.
Ele explicou que a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) já havia solicitado à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) a administração do aeroporto para o Estado. Mas como o contrato da União foi reincidido com a Infraero, o governo mineiro, dentre as opções, seria o possível gestor, por conta do relacionamento avançado com a Voa Prates.
Outro fator que fez com que a tratativa fosse avançada junto ao governo de Zema foi o relacionamento com o ex-ministro da pasta de Infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio Freitas. Uma proposta havia sido sugerida por Freitas para que o processo de transição fosse realizado. Porém, ficou dependendo de uma conclusão por parte da Seinfra.
Obras previstas pela PBH para o terreno podem não acontecer
Enquanto a resposta da União sobre o pedido de Zema não sai, há uma grande chance de não acontecer o projeto de obras divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para o local. O terreno de 500 mil m², onde atualmente operam 15 empresas polos da aviação nacional, receberia a implantação de uma área de indústria tecnológica. No espaço, também estavam previstas as construções de obras de programas habitacionais, escolas, comércios e até mesmo um sambódromo municipal.
Para dar andamento à intervenção, uma das principais apostas do poder Executivo municipal das últimas décadas, seria necessário a transferência das empresas do Aeroporto Carlos Prates para outros modais aéreos do Estado. Na semana passada, uma reunião foi realizada entre a Associação Voa Prates e a PBH para tratar sobre o destino dessas instalações.
Por conta de falta de tempo hábil para a desmontagem de 126 aeronaves e hangares e demais equipamentos operacionais, a PBH atendeu ao pedido de estender o prazo necessário para que o processo de mudança fosse realizado.
A PBH havia divulgado nos últimos dias que teria enviado um pedido à União para que pudesse assumir a gestão do terreno, com o propósito de colocar em prática o projeto urbano. Agora, com a possível mudança de cenário, a PBH foi procurada pela reportagem para confirmar se o pedido teria sido negado pela União.
Pela assessoria de comunicação, o poder Executivo não quis estender o assunto e informou que “continua em contato com o governo federal e está pronta para assumir a área onde hoje funciona o Aeroporto Carlos Prates”.
Governo de Minas se posiciona sobre assunto
Em nota enviada ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), informou “que não há definições a respeito da transferência do Aeroporto Carlos Prates para o poder estadual, nem tampouco a possível manutenção de operações de voo no local”. Contudo, qualquer definição sobre o tema depende de alinhamento entre outros órgãos envolvidos, incluindo “o Governo Federal e a Prefeitura de Belo Horizonte”.
As informações são do Diário do Comércio.
Foto: Alisson J. Silva/Arquivo DC.