Cruzeiro reduz custos, mas dívida é superior a R$ 1 bilhão

O Cruzeiro apresentou seu balanço financeiro 2021, com um panorama de diminuição dos custos com futebol e operação, aumento de receitas na maioria de suas fontes, mas com uma dívida que ainda supera R$ 1 bilhão.

O clube mineiro manteve também a curva que coloca as dívidas de curto prazo (de até um ano: passivo circulante) em menor patamar (R$ 360 milhões) que as de longo prazo (R$ 609 milhões).

O saldo negativo de 2021 foi de R$ 113 milhões. Segundo o clube, o valor foi bastante influenciado por quatro fatores descritos:

  • R$ 60 milhões com gastos de pessoal do futebol profissional;
  • R$ 32 milhões como provisões para contingências;
  • R$ 28 milhões de custo de acordos/indenizações de processos judiciais;
  • R$ 25 milhões de atualização de juros e empréstimos;

Aumentaram em R$ 20 milhões de acordo com o balanço do clube mineiro. Muito por conta da venda da Sede Campestre II em R$ 13 milhões. Elas pularam de R$ 123 milhões em 2020 para R$ 143 milhões no ano passado.

Além da receita da Sede Campestre, destaque para aumentos em “patrocínios e royalties”: R$ 33,7 milhões para para R$ 37,6 milhões. Também houve aumento na arrecadação de direitos de transmissão, pulando de R$ 40 para R$ 44 milhões.

A receita com o programa de sócio-torcedor, entretanto, apresentou uma queda. Foi de R$ 11,8 milhões para R$ 7,2 milhões. Entretanto, com a chegada de Ronaldo Fenômeno, o clube vem aumentando consideravelmente as adesões e, com 48 mil sócios-torcedores atualmente, está próximo de alcançar a meta dos 50 mil traçada por Ronaldo.

Em relação ao custo relacionado ao futebol, eles diminuíram em 2021 em relação ao ano anterior. Fecharam a temporada em R$ 120 milhões contra R$ 250 milhões em 2020. Lembrando que o clube atrasou os salários durante a temporada passada.

“Entendemos que existe uma correlação direta entre os investimentos realizados no departamento e a performance esportiva, contudo, se mantivéssemos o nível de gastos praticados em anos anteriores, certamente não teríamos conseguido chegar ao final do exercício com os salários em dia.”

O Cruzeiro também reduziu as despesas com a parte administrativa no ano passada. Elas saíram de R$ 30 milhões para R$ 19 milhões. Segundo o clube, “contratos de prestação de serviços foram encerrados, profissionais desligados e algumas ferramentas foram desativadas”. O Cruzeiro também disse que renegociou contratos no período e utilizou serviços terceirizados.

O clube mineiro também informou que reduziu o custo com pessoal. Eles fecharam em cerca de R$ 77 milhões em 2021. Segundo o clube, redução de 37% em relação ao período anterior.

A Raposa também aumento o valor mensurado para possíveis perdas no futuro, como em processos trabalhistas e cíveis. Em 2021, chegaram a R$ 183 milhões, ocorrendo um aumento nas previsões de perdas em processos na CNRD (de R$ 51 para R$ 62 milhões) e na área cível (de R$ 27 para 51 milhões), mas uma diminuição na parte trabalhista (de R$ 67 para R$ 56 milhões).
O Cruzeiro afirmou ainda ter tido uma economia de R$ 1,5 milhões no tempo em que ficou no escritório compartilhado da We Work. O clube rompeu o contrato com a empresa e, atualmente, tem parte dos funcionários trabalhando em um imóvel na região da Savassi, Centro-Sul de Belo Horizonte.
Nas dívidas a curto prazo, o Cruzeiro apresentou aumentou na parte dos empréstimos a serem pagos em um ano. Eles pularam de R$ 14,4 milhões para R$ 33,3 milhões. Também aumentaram as obrigações trabalhistas, muito por causa dos acordos realizados. Saltaram de R$ 90 milhões para R$ 127 milhões.

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