Nutricionista dá dicas de como identificar opções mais saudáveis
Ler o rótulo dos alimentos não é mais uma prática restrita às pessoas com intolerância alimentar, o consumidor amplo também tem se esforçado para tal, buscando escolher com mais autonomia e segurança. A prática pode trazer benefícios à saúde.
Em embate mais recente após anos de discussão com entidades de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incorporou novas regras, como a obrigatoriedade da tabela de informação nutricional com informações em preto e fundo branco e em área uniforme da embalagem, facilitando a leitura.
Apesar das tentativas de impor a política de rótulos mais claros, a comparação entre um produto e outro no mercado ainda não é uma tarefa intuitiva para os consumidores. Uma pesquisa realizada pela Revista Agropecuária Técnica (Agrotec) em 2020 afirmou que 70% dos respondentes não entendiam os termos presentes nos rótulos e, por isso, 69% deles se atentam apenas à data de validade.
Desmitificando os rótulos
Esmeraldina Alves é nutricionista de produção do Grupo Lemos Passos e comenta sobre o crescimento do interesse nos rótulos: “O índice de pessoas com sobrepeso aumentou significativamente ao longo da pandemia e agora é notável a busca por alimentos mais saudáveis e, consequentemente, as pessoas vão buscar “, destaca.
Para facilitar essa jornada, ela listou algumas dicas fundamentais, começando pelo desdobramento das siglas e significado na ordem dos ingredientes:
- %VD é o percentual de valores diários de referência do ingrediente com base em uma dieta de 2000 Kcal, que é o que um indivíduo saudável necessita para suprir suas necessidades energéticas. Essa é a quantidade referência porque mais de 50% da população se enquadra neste pré-requisito;
- A letra T maiúscula dentro de um triângulo indica a utilização de ingredientes transgênicos, ou seja, alimentos geneticamente modificados;
- Na lista de ingredientes, o que vem primeiro é o que está em maior quantidade;
Mas aprender a ler os rótulos não é suficiente, é preciso conhecer o estado do corpo para tomar decisões assertivas. Esmeraldina exemplifica que “um celíaco não deve adquirir alimentos que contenham trigo ou derivados como ingredientes, o mesmo vale para um diabético com os açúcares e carboidratos”. Apesar de não ter o mesmo impacto do que quando se tem informações específicas, evitar alimentos com alto teor de açúcares, gorduras trans, sódio, glutamato monossódico, gorduras saturadas, corantes artificiais e alimentos ultraprocessados já é um grande ganho para a saúde.
Mas como identificar se eles estão em grande quantidade? Lembre-se de observar a tabela de ingredientes, que funciona em ordem decrescente. O que vem primeiro está em maior quantidade e o que vem por último, em menor.
E como é o rótulo de um alimento saudável? É inversamente proporcional ao não saudável, ele deve conter baixo teor dos componentes citados.
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