Ataques a jornalistas aumentam após eleições e Abraji cobra segurança das entidades

Já foram registrados 37 ataques após as eleições

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem realizando diversos protestos antidemocráticos por não aceitar a derrota nas eleições, estão endossando cada vez mais ataques a repórteres, cinegrafistas e fotógrafos. A cada momento a relatos de hostilização e agressão que buscam impedir a cobertura da imprensa. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) vem tomando conhecimento das histórias e condenando com veemência quaisquer agressão contra jornalistas.

Em Minas, se tem relatos de jornalistas que passaram por momentos de tensão nas coberturas dos protestos. Em Divinópolis, município da região Centro-Oeste, uma equipe de reportagem da TV Candidés foi agredida e hostilizada enquanto cobria o movimento em um trecho da rodovia MG-050. Cinegrafista e repórter foram expulsos do local com empurrões e em meio a ataques como os que diziam que a dupla deveria ir para Cuba, Venezuela e Nicarágua. 

Já na cidade de Araxá se tem vídeos de agressão física violenta. Um profissional da Jovem Pan, que trajava uma camiseta vermelha que é o uniforme da emissora, teria sido expulso de uma manifestação.

A presidente da Abraji, Katia Brembatti, relata que após o resultado das eleições os ataques aumentaram. “Na semana subsequente às eleições houve a maior onda de ataques a jornalistas que se tem registro no país, pelo menos foram 37 casos registrados no Brasil”

Papel da Abraji

A Abraji é uma associação que zela pela qualidade do jornalismo e a difusão dos conceitos e técnicas da reportagem investigativa. Uma das formas mais eficientes de conseguir essas metas é a organização de congressos, seminários e cursos que a entidade organiza. Além disso, a Abraji cobra as autoridades para investigar casos de agressões, amparar os jornalistas e garantir segurança a eles em suas coberturas.

Para a entidade, esses ataques têm sido estimulados pelo presidente desde o início de seu governo e configuram desrespeito aos direitos fundamentais de liberdade de expressão e de imprensa, garantidos pela Constituição Federal.

Para Katia Brembatti, tem que haver união entre as entidades.

“As entidades jornalísticas tem que se unir. A gente tem feito isso, pelo menos 11 entidades têm atuado conjuntamente em situações relacionadas a essas questões”.

Além disso, a presidente da Abraji disse que as entidades precisam se manifestar perante aos ataques e que “nós jornalistas devemos nos unir cada vez mais, que a gente dê a mão um para o outro, que a gente dê suporte, que a gente dê apoio, que a gente seja solidário, mas mais que isso que a gente entenda a relevância da nossa profissão, nunca o jornalismo foi tão importante nesse momento”.

Em nota a Abraji também exigiu que as autoridades tomem as devidas ações para garantir segurança aos jornalistas.

“A Abraji exige que as autoridades públicas e agentes de segurança tomem ações urgentes para garantir condições seguras para o exercício do jornalismo, especialmente no contexto de tais manifestações e bloqueios antidemocráticos, identificando, investigando e tomando as medidas cabíveis contra os responsáveis. E pede aos manifestantes que respeitem o trabalho da imprensa no local. A hostilização a jornalistas gera graves consequências para a população em geral ao restringir direito de acesso à informação de interesse público”.

Foto: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

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