A violência que se esconde por trás de curvas e em meio às áreas industriais conturbadas que tornaram temida e famosa a BR-381, na saída para o Espírito Santo, em Minas Gerais, paira também sobre a BR-040, transferindo o macabro título de “Rodovia da Morte” para o trecho entre Simão Pereira, na Zona da Mata e Paracatu, Noroeste de Minas. O segmento de 850 quilômetros, mata uma pessoa a cada 12 acidentes registrados em um trajeto de curvas fechadas, asfalto escorregadio, trechos sem acostamento e palco de muita imprudência.
A equipe do EM percorreu trechos da BR-040 e constatou inúmeros obstáculos e armadilhas nos dois sentidos da rodovia que partem da capital mineira, situações que ajudam a explicar o potencial de letalidade dos desastres na estrada. Na saída para Brasília, o tráfego pesado é marca em bairros populosos da Grande BH, especialmente em Contagem e Ribeirão das Neves, que misturam fluxo urbano entre os transportes pesados de cargas, além dos de passageiros e de viagem.
Nesse percurso, com as fortes chuvas que marcaram o início do ano, muitos trechos de acostamento que foram engolidos por erosões continuam como armadilhas à espera de reparos. Mas a principal reclamação dos motoristas até Sete Lagoas/MG é sobre a pista escorregadia por derramamentos constantes de cargas como carvão e minério destinados às siderúrgicas, o que termina com carros e carretas sofrendo derrapagens e se acidentando fora da pista ou na valeta central que separa as duas mãos de direção.
Já na saída para o Rio de Janeiro, o principal desafio para condutores e pedestres em região também densamente povoada é o tráfego pesado e rápido de carretas e caminhonetes de mineradoras. Veículos cujos motoristas muitas vezes protagonizam manobras arriscadas e desrespeito à velocidade máxima regulamentada. O uso de um radar remoto é suficiente para deixar claro que os veículos que mais transgridam os limites são prestadores de serviços em carretas das minas e frotistas em picapes terceirizadas para mineradoras.
É comum também observar motociclistas fazendo retornos pelos canteiros centrais que separam os fluxos de direção da 040, aproveitando-se de estreitas janelas de oportunidade entre o tráfego veloz. Na BR-040, as péssimas condições dos terrenos usados como acostamento onde essas estruturas não existem também trazem momentos de tensão, em que a diferença entre o sucesso da manobra e um desastre podem estar em detalhes muitas vezes não controlados pelos condutores.
As informações são da Rádio Montanheza, associada AMIRT.
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