Apesar de destinar dinheiro para educação, governo não confirma investimento para as universidades
Na última semana, protestos contra o corte de 30% dos investimentos em Universidades Federais, levaram milhares de estudantes para as ruas de todo o Brasil. Em Minas Gerais, também ocorreram paralisações contrárias a redução do investimento na educação.
Procurados, deputados estaduais tiveram opiniões divergentes sobre a manifestação dos alunos em Minas Gerais. O deputado estadual Professor Cleiton (DC) comentou sobre a interferência negativa que esse corte na educação pode causar para as pesquisas. “Minas Gerais tem o maior número de universidades federais no Brasil, são 12 universidades federais espalhadas pelos quatro cantos do estado. Esses cortes são substanciais, porque além deles afetarem os hospitais escolas, então temos uma questão de saúde, afetam diretamente as pesquisas, que são importantes para o combate de doenças tropicais e epidemias. Ao mesmo tempo o dia a dia dos nossos alunos, que vão perder alguns auxílios, alunos que são de baixa ou baixíssima renda”, comenta.
Em contrapartida, o deputado estadual Coronel Sandro (PSL), vê a redução de investimentos na educação como algo necessário, pois o país precisa rever os investimentos na educação. “Aqui há uma inversão. Praticamente 70% dos recursos são destinados a cursos superiores, a educação superior no Brasil e 30% destinados ao ensino fundamental e ensino médio. Então essa equação tem que ser melhor desenvolvida, pois não se pode investir mais no superior e menos no ensino básico”, explica.
Ainda na última semana ocorreu uma reunião entre a diretoria executiva da Associação Nacional dos Dirigente de Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e o Ministro da Educação. A associação afirmou que os cortes estão causando prejuízo nas instituições.
Cortes na UFOP
Na Universidade Federal de Ouro Preto, o bloqueio desses investimentos pode causar cortes em estágios e projetos de pesquisa. A reitora da UFOP, Cláudia Marliére, disse estar preocupada com o impacto na economia que pode ser causado por essa redução. “Uma das nossas preocupações também, é que isso pode ter um impacto na economia economia local e regional. Uma vez que, os alunos não ficando na universidade, isso pode gerar um menor consumo na região. Com a questão dos desastres das barragens, principalmente da SAMARCO, isso pode agravar muito mais a crise econômica e social, local e regional ”.