Africana traficada para o Brasil no período pré-Inconfidência viveu longo período em Minas Gerais
A escola de samba Unidos do Viradouro anunciou em novembro deste ano que vai contar a história de Rosa Maria Egipcíaca na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2023. Africana traficada para o Brasil no período pré-Inconfidência, viveu longo período em Minas Gerais e, apesar de ainda não ser conhecida popularmente, tem história inédita.
Com origem no Golfo do Benin e de nação courana, Rosa é considerada por estudiosos como a primeira santa africana do Brasil. Com apenas seis anos ela foi levada de seu país até o Rio de Janeiro, onde ficou até os 14 anos. Com essa idade, foi novamente vendida para uma fazenda em Mariana.
Ali, hoje conhecida como região metropolitana de Belo Horizonte, Rosa se torna escravizada pela família do Frei Santa Rita Durão, religioso agostiniano, onde é explorada sexualmente por 15 anos. Esse é só o começo da história, que leva a episódios onde a courana tem visões e é hostilizada por religiosos da época e, posteriormente, é identificada por um padre como um canal divino na terra por causa de seus dons como curandeira. Após período em que foi respeitada como mística, Rosa volta a ser perseguida pela comunidade católica e é levada para Portugal.
O jornalista e escritor João Gustavo Melo, a partir do livro “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil”, de Luiz Mott, antropólogo e historiador, foi quem fez o resgate dessa história surpreendente que será encenada durante o desfile carnavalesco, em fevereiro de 2023.
A Unidas do Viradouro será a última escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, dia 20 de fevereiro, mas enquanto não chega, assista ao vídeo-sinopse produzido pela escola de samba:
Foto: Leo Bicalho/Divulgação.
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