TCU dá aval para privatização do metrô de Belo Horizonte

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu aval nessa quarta-feira (24), para a desestatização da praça mineira da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, a CBTU Minas. Com o sinal verde do tribunal, o governo pretende divulgar o edital em setembro e realizar o leilão em novembro.

A privatização da CBTU Minas prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões. O andamento do projeto está atrelado à cisão da CBTU Minas da CBTU Brasil, estatal que administra praças de trens de passageiros também em outros estados.

Assim que o certame for realizado, quem arrematar o ativo passará a ser o novo acionista controlador do negócio em Belo Horizonte, responsável por operar a linha 1 e construir e operar a linha 2 do metrô da cidade (que ligará a estação do Calafate até a região do Barreiro).

A previsão é de que haja uma modernização completa da Linha 1 – 28,1 quilômetros de extensão e 19 estações para passageiros -, hoje operante, e sua expansão até a futura estação Nova Eldorado

A construção da Linha 2, que ligará os bairros Calafate e Barreiro – 10,5 km de expansão e 7 novas estações – também ficará a cargo do vencedor do leilão.

Dos R$ 3,8 bilhões previstos, R$ 2,8 bilhões foram provisionados com recursos da União, mais de R$ 400 milhões são provenientes do Estado de Minas, e o restante será desembolsado pelo parceiro privado.

O caso foi relatado no TCU pelo ministro Vital do Rêgo. Em julho, o ministro chegou a enviar uma série de questionamentos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao governo sobre a venda, apesar de, na ocasião, já haver um relatório da unidade técnica da Corte apontando não haver problemas que desaconselhassem o prosseguimento da desestatização.

Com os esclarecimentos enviados ao TCU e incorporados em um novo documento da área técnica, a Corte pode julgar o caso nesta quarta, permitindo que o governo dê andamento ao leilão.

Em seu voto, Vital do Rêgo determinou que o BNDES faça alguns ajustes no projeto, relativos a precificação de investimentos e de revisão de estudos jurídicos. Segundo apurou o Broadcast, contudo, essas alterações sugeridas pela área técnica do TCU já foram endereçadas dentro do governo.

A venda deve concretizar a próxima privatização tocada pelo Ministério da Economia em 2022.

O governo Bolsonaro corre contra o tempo para concluir no último ano de mandato promessas de desestatização, após vender a Eletrobras e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).

As informações são da Itatiaia, associada AMIRT

Foto: CBTU/Divulgação

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