Siderúrgicas nacionais miram desenvolvimento sustentável

Tiago Araújo

Cristina Yaun informou que 10% da produção de aço no Brasil é feita com carvão vegetal

Manter o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, preservar os recursos naturais tem sido um desafio para muitas siderúrgicas. Em entrevista ao Diário do Aço, a diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, destacou que nesses últimos anos, a preocupação com o desenvolvimento sustentável ganhou força no âmbito empresarial, já que aqueles que adotam medidas sustentáveis possuem uma vantagem competitiva no mercado.

Cristina Yaun lembra que a partir da década de 1980, a indústria do aço começou a se conscientizar e verificar que só haveria sustentabilidade do seu negócio e se houvesse também uma preocupação ambiental. “Antes que fosse moderno a questão da economia circular, a indústria do aço já vinha praticando esse conceito, como a recirculação de água e de gases em nossos sistemas. Atualmente, 95% da água utilizada nos processos são por meio de recirculação. Além disso, também trabalhamos com a reciclagem de resíduos”, afirma.

A diretora avalia que a economia circular é um conceito estratégico que visa a reutilização e reciclagem de matéria-prima e resíduos. “Temos tomado todas as providências para que nosso processo seja totalmente sustentável, do ponto de vista ambiental. Então a nossa meta é ambiciosa e busca melhorar sempre”, salienta.

Cristina Yaun também reforçou que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o aço está entre os materiais mais recicláveis e reciclados do mundo. “É possível utilizá-lo na fabricação de novos produtos siderúrgicos, porque o aço é 100% reciclável, o que o torna vantajoso”, cita.

Carvão vegetal

Cristina Yaun ainda ressaltou durante entrevista que a indústria brasileira de aço possui um diferencial em relação à fabricação em outros países. “Posso dizer que 10% da nossa produção de aço é feita usando carvão vegetal, que é um biorredutor. Com isso, contribuímos não só para a preservação dos recursos naturais não renováveis, como também para a redução das emissões de gases do efeito estufa”, explica.

Questionada sobre o possível aumento do consumo do carvão vegetal na produção de aço, Cristina Yuan aponta que por causa de uma questão técnica não é possível que isso seja feito nas siderúrgicas. “O carvão vegetal tem uma característica de ser um material friável, portanto, não pode ser utilizado em alto-forno de grande porte, exigindo que seja queimado em recipientes menores. No entanto, estamos tentando maximizar a utilização desse biorredutor na produção de aço”, destaca.


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