Dado é de levantamento do ONS
Para a expansão da rede elétrica de Minas Gerais serão necessários investimentos de R$ 13,1 bilhões de 2023 até 2027. A estimativa é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O valor representa mais de 20% do que deverá ser feito em todo o Brasil (R$ 60,7 bilhões). Equivale ainda ao segundo maior aporte futuro entre as unidades federativas, atrás apenas da Bahia (R$ 13,6 bilhões). Já se considerada a somatória dos dois estados mais o Maranhão (R$ 10,3 bilhões), Goiás (R$ 8,5 bilhões) e Piauí (R$ 4 bilhões), a concentração é equivalente a 80% dos investimentos totais previstos para o País.
Os dados constam no Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL 2022). O documento tem como objetivo avaliar o desempenho do SIN no horizonte de cinco anos, para que a operação futura seja realizada com níveis adequados de segurança e dentro dos critérios de confiabilidade estabelecidos nos Procedimentos de Rede.
O PAR/PEL tem periodicidade anual e está sujeito a atualizações sempre que ocorram fatos relevantes. O plano contém ainda as indicações de obras necessárias para o pleno atendimento à demanda, à integração das novas usinas geradoras e ao funcionamento do setor elétrico no médio prazo. Do total a ser investido no território nacional, R$ 55,7 bilhões são referentes a essas intervenções, decorrentes, sobretudo, da expansão da geração eólica e solar fotovoltaica no Estado e na região Nordeste, segundo a ONS.
O conjunto de obras inclui a construção de 16 mil quilômetros de novas linhas de transmissão, o que aumentará em aproximadamente 10% a extensão em operação. Engloba ainda 34 mil megavolt-ampére (MVA) de acréscimo de capacidade de transformação em subestações novas e existentes, cerca de 9% a mais em relação à potência nominal instalada em transformadores da Rede Básica e da Rede Básica de Fronteira atualmente.
Ainda segundo o estudo, a capacidade instalada da matriz de energia elétrica brasileira atualmente é de 186 gigawatts (GW). Desse total, 116,1 GW são de usinas hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs); 25,3 GW de termelétricas convencionais e nucleares; e cerca de 44,6 GW de usinas de biomassa, eólicas e solares. Conforme a estimativa do ONS, até ao final de 2026 a capacidade deve chegar a 208,4 GW (alta de mais de 12%). Já a carga de energia elétrica atual é de 94,1 megawatts (MW) e deve alcançar 111 MW até 2027 (crescimento de quase 18%).
Em relação a Minas Gerais, o PAR/PEL 2022 destaca ainda o elevado montante de geração em operação ou com contrato assinado. Evidencia também o grande número de pareceres de acesso emitidos ou em andamento, da ordem de 22 GW, o que aponta o esgotamento do sistema de transmissão licitado para o Estado, com entrada em operação prevista para o fim do ciclo.
Conforme o documento, em junho de 2022, foi licitado grande parte do sistema de transmissão planejado para escoar o potencial de geração do Norte de Minas Gerais. As obras recomendadas foram concebidas para acomodar cerca de 11 GW de potencial de geração, dos quais 4,6 GW já tinham CUST/CUSD assinado e parecer de acesso emitido ou em andamento na época da elaboração do estudo de planejamento, sendo possível, portanto, escoar pelo menos 6,4% adicionais sem restrições de escoamento.