Empresários do segmento de distribuição de bebidas alcoólicas de Belo Horizonte relatam crescimento na demanda durante o fim de ano; as perspectivas apontam para um crescimento de até 12% nesse período. Para eles o ano de 2022 ficará marcado como um momento de recuperação pós-pandemia. A Copa do Mundo de Futebol também foi outro fator citado como importante para impulsionar as vendas no último ano. Já as expectativas para 2023 variam entre um crescimento nas vendas de 8% a 20%.
Milton Adriano de Oliveira, dono da distribuidora KeroMais Bebidas, conta que, tem observado, na reta final de ano, um aumento nas vendas de até 12%, frente ao que foi registrado no final de 2021. Assim como ele, Suzana Coelho Assumpção, CEO da Tutti Beer Distribuidora de Bebidas e Conveniência, também acredita que as vendas devem apresentar um forte crescimento nesta época do ano. “A pandemia trouxe vários impactos para a nossa sociedade. Com isso as pessoas aprenderam a apreciar também os momentos em casa. Foi um período de adaptação, as pessoas tiveram que se adequar, criar novos hábitos. O que favoreceu as vendas, principalmente delivery”, explica Coelho Assumpção.
Já Fernando Ávila, proprietário da Oásis Bebidas, alega que as vendas no final de 2022 não têm superado os resultados obtidos no mesmo período do ano anterior; apresentando uma redução de, aproximadamente, 30%. Ele acredita que o aumento da concorrência, principalmente no ambiente online, pode ser apontado como um dos motivos para essa queda nas vendas da Oásis Bebidas.
Na visão da CEO da Tutti Beer, esse último ano foi positivo para o segmento de distribuidoras de bebidas. Mesmo com vários obstáculos, ela conclui que o comércio foi persistente e também pode contar com o apoio da comunidade para enfrentar as dificuldades. Adriano de Oliveira também vê com bons olhos o ano de 2022; ele conta que com o crescimento da economia – que possibilitou que as pessoas não parassem de consumir bebidas alcoólicas no período, apesar do aumento de preços – e com o fim da pandemia o segmento acabou apresentando bons resultados para este ano.
Quanto aos fatores que podem impulsionar as vendas, Coelho Assumpção diz acreditar na importância de abrir o leque de produtos e serviços, possibilitando ao cliente encontrar tudo o que precisa em um só lugar. “O cliente que vai comprar uma bebida, quase sempre quer um tira gosto, que pode levar à um almoço, ou um lanche, ou uma sobremesa, ou até mesmo um cafezinho e, particularmente, nossos produtos são selecionados e de alta qualidade, o que faz o cliente sempre voltar”, descreve a CEO.
Ela ainda cita algumas estratégias, que em sua visão são fundamentais para atrair os consumidores durante o final de ano, como: promoções de combos, variedades de produtos e atendimento personalizado. “Nós da Tutti Beer prezamos muito pela excelência no atendimento, pois estamos localizados em um bairro tradicional de Belo Horizonte, e os moradores gostam de uma boa prosa”, relata Coelho Assumpção. Ávila também destaca o atendimento como um fator importante para atrair mais clientes, ele conta que sua distribuidora vem trabalhando para melhorar e agilizar o atendimento visando uma melhora nos resultados em 2023.
Além do foco no atendimento, o empresário também afirmou que a distribuidora Oásis Bebidas vem buscando aumentar e melhorar sua presença na internet, principalmente na questão ligada à divulgação do estabelecimento. “A gente já considera que temos uma divulgação razoável, mas as pessoas ainda não conseguem nos encontrar”, explica o empresário.
Já Adriano de Oliveira destacou a Copa do Mundo de Futebol Masculino, que ocorreu no final deste ano, como um agente gerador de resultados benéficos para as distribuidoras de bebidas em Belo Horizonte. “Eu queria que tivesse copa todo ano, e com o Brasil campeão é claro”, diz o dono da KeroMais Bebidas. A Copa também foi positiva para Coelho Assumpção, ela relata que durante o torneio seu estabelecimento apresentou boas vendas, além de conseguir novas parcerias que continuam ao lado da empresa. Enquanto para Ávila a Copa do Mundo não fez nenhuma diferença nas vendas da Oásis Bebidas, seja ela positiva ou negativa.
Com relação aos maiores desafios enfrentados pelas empresas do segmento, Ávila cita os impostos cobrados no estado. “Aqui em Minas Gerais tem um tipo de imposto diferente de outros estados. O estado com o maior imposto no Brasil é Minas Gerais, então a gente já compra o produto mais caro, em comparação aos outros (estados)”, explica o proprietário da Oásis Bebidas. Ele ainda reforça que esses impostos acabam atrapalhando as pretensões da distribuidora de se tornar ainda mais competitiva.
Por outro lado, a CEO da Tutti Beer destaca a dificuldade de se alcançar um patamar que possibilite atender a todos os públicos, e a contratação de funcionários como as grandes dificuldades para as distribuidoras da capital. Assim como ela, Adriano de Oliveira também aponta para a falta de mão de obra qualificada, além da subida no custo da bebida alcoólica – que tem dificultado no repasse para os consumidores – como os principais obstáculos enfrentados. O dono da KeroMais Bebidas ainda relata que o mês de novembro foi o mais difícil, mesmo não sabendo afirmar se há alguma relação, ele acredita que as eleições podem ter tido algum papel nessa situação.
Quanto às expectativas para este ano que se inicia, Adriano de Oliveira demonstra otimismo e espera que sua distribuidora apresente um crescimento de até 8% nas vendas. Ávila também acredita que este ano seja melhor que o anterior, mas ressalta que nem sempre as coisas saem como o planejado. Já Coelho Assumpção não só afirma ter boas expectativas em relação a 2023, quanto relata possuir alguns projetos sociais, educativos e culturais que envolvem toda a comunidade. “Nós queremos ser referência e fazer a diferença na comunidade, e quem sabe um dia internacional”, declara a empresária.
A CEO ainda disse que espera um aumento de até 20% nas vendas, mas demonstrou preocupação quanto à contratação de novos funcionários. “Se as leis trabalhistas continuarem do jeito que está vamos contratar mais dez colaboradores, mas se começar a insegurança jurídica novamente não vamos contratar ninguém”, revela Coelho Assumpção.
Setor de cerveja artesanal cresce 10%
O segmento de cervejas artesanais no Brasil apresentou um crescimento significativo nas vendas em 2022 – cerca de 10%, na comparação com o ano anterior – é o que avalia Marco Falcone, presidente da Federação Brasileira das Cervejas Artesanais (Febracerva). Mesmo com as pessoas mais retraídas durante a Copa do Mundo, o seguimento supera os resultados obtidos no final de 2021, com um aumento de 8% nas vendas.
Para o presidente da Febracerva, o fim da pandemia permitiu que o segmento de cervejas artesanais passasse por um forte crescimento nas vendas de 2022 no país. Ele relata que o setor apresentou um crescimento de até 10% na comparação com 2021. Essa boa fase também pode ser observada nos resultados obtidos durante a reta final do último ano, com uma elevação de até 8% frente ao mesmo período de 2021.
Falcone conta que durante o final de ano o destaque fica para as festas tradicionais da época, como o Natal. Durante esses eventos de confraternização foi possível observar uma melhoria das vendas de cervejas artesanais. Na visão do presidente da Febracerva, o setor está se consolidando cada vez mais após passar por tantas dificuldades.
Mas ele observa que esses resultados poderiam ser ainda melhores, mas que a Copa do Mundo de Futebol acabou atrapalhando um pouco as vendas. Segundo Falcone, a saída de produtos poderia ser ainda maior nesse período do ano; “mas realmente a Copa do Mundo retratil muito as pessoas e talvez só as cervejas mainstream tenham tido um momento de vendas mais significativo”, explica o presidente da Febracerva.
Já para 2023, Falcone confirma que a expectativa é de um aumento de até 15% nas vendas, se comparadas com 2022. Ele conta que esse era o ritmo de crescimento do segmento antes da pandemia, 15% ao ano.
As informações são do Diário do Comércio.
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