Polícia Civil indicia 41 pessoas por ‘rachadinha’ em hospedagens pagas pela Vale na Grande BH

Quarenta e uma pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica em inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais por fraudes em hospedagens no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Grande BH. Como a Itatiaia acompanha, vários moradores saíram de suas casas, pois os imóveis estavam em áreas de risco de rompimentos de barragens da Vale.

Esta é a primeira parte do inquérito que analisa o crime de “rachadinha” entre proprietários de pousadas e hóspedes, que tiveram de sair desde de 2019 das suas residências. A investigação aponta que as pessoas saíram de casa para morar em hospedagens pagas pela mineradora, mas, na realidade, as pousadas tinham contratos fictícios, e sequer moravam nos locais.

Das 41 pessoas que vão responder pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica, 37 são hóspedes e quatro proprietários de pousadas. A Vale pagava em média R$20 mil por mês para cada família que supostamente moravam nas pousadas.

O delegado titular da 3º delegacia de Polícia Civil de Nova Lima, Rodrigo Otávio Rodrigues, dá mais detalhes sobre o crime.

“O esquema consiste na divisão de valores recebidos por pousadeiros por serviços não prestados aos hóspedes, locados de áreas de desocupação da Vale. Eles simulavam e os hóspedes assinavam notas de consumo/serviços, os valores eram compensados, e parte deles acaba embolsado. Dessa parte, havia um repasse aos moradores para consumo em outros locais. Os hóspedes recebiam esses valores semanalmente”, contou.

Essa foi a primeira parte do inquérito, segundo o delegado, na qual foram encontradas irregularidades em quatro de nove pousadas investigadas, sendo que duas delas têm o mesmo dono. O prejuízo aos cofres da mineradora chega a R$ 100 milhões.

O trabalho investigativo começou em julho de 2021, com a deflagração de uma operação pela 3ª Delegacia de Polícia Civil em Nova Lima, a partir de denúncia do Ministério Público.

As informações são da Itatiaia, associada AMIRT

Pesquisar