Operação Vácuo investiga cumplicidade entre empresas que participaram da cotação e eventual não entrega dos equipamentos
Nesta sexta-feira (20), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra empresas ligadas ao comércio de equipamentos médicos. As investigações apontam que as instituições tenham cometido crimes ao entrar em uma licitação da Prefeitura de Coronel Fabriciano, na região do Vale do Aço.
De acordo com as informações da corporação, a Operação Vácuo apura o uso de uma empresa laranja para firmar contrato com a prefeitura com superfaturamento, ou seja, possível cumplicidade entre empresas que participaram da cotação e eventual não entrega dos equipamentos.
A PF informou que as investigações identificaram que a principal empresa investigada teria vendido dois ventiladores pulmonares e alugado outros 10 à prefeitura, sendo que o preço de seis meses do aluguel supera o valor de compra do equipamento. Ainda há suspeita de que parte do material não tenha sido entregue.
Com isso, a 2ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Ipatinga, na mesma região, expediu nove mandados de busca e apreensão, fiscalização no local de instalação dos aparelhos e bloqueio de bens e valores em nomes dos investigados. Os mandados foram cumpridos em Belo Horizonte, São José da Lapa e Confins, na região Metropolitana da capital.
Além disso, uma nota técnica da Controladoria-Geral da União (CGU) estima que o prejuízo causado pela ação é de R$ 144 mil. A Procuradoria-Geral do município de Coronel Fabriciano se pronunciou, por meio de nota, e afirmou que o processo de contratação da empresa foi realizado com legalidade e que vai contribuir com as investigações.
“A prefeitura de Coronel Fabriciano por meio da Procuradoria Geral do município informa que o processo de contratação da empresa para aquisição e locação dos equipamentos destinados ao Hospital Dr. José Maria Morais, atendeu as mais absolutas e rigorosas condições de legalidade.
Ressalta-se que, no início da pandemia, existia alta demanda, pouca oferta e escassez de equipamentos e insumos, além da urgência, alinhada a necessidade e prioridade de proteção à vida e saúde.
Os preços de mercado foram adequados pelas empresas a realidade do momento de acordo com a lei da oferta e da procura.