Fruto tem valor nutricional, econômico e cultural; entenda o por quê
Com origem no Cerrado, os pequizeiros são árvores médias que abrigam um dos frutos mais cheirosos do mundo e que divide opiniões quando o assunto é colocar no prato, mas quando é sobre reconhecer seu valor, o ponto de vista é um só: o pequi é uma riqueza nacional.
Além da gastronomia, o fruto tem muita utilidade para o setor farmacêutico, que tem investido em pesquisas sobre as propriedades antioxidantes, complexas cadeias de vitamina A e proteínas. A Universidade de Brasília (UnB) é pioneira no desenvolvimento do suplemento vitamínico feito com o óleo do fruto, com resultados como redução dos radicais livres e do colesterol e função anti-inflamatória.
A iguaria está ameaçada por causa das crescentes queimadas no bioma nativo, além da ampla exploração devido as inúmeras utilidades. Da madeira da árvore, um carvão vegetal de alta qualidade e do fruto, a geração de riqueza para milhares de famílias que residem em áreas áridas do país. O pequi é também um dos elementos culturais mais importantes para indígenas do Xingu.
A preservação do pequi depende da salvação do Cerrado, bioma que está sendo destruído de forma rápida. Segundo dados do PRODES Cerrado, programa de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2022 o bioma acumulou a perda de uma área de 33.444 km2, mais de seis vezes a área de Brasília. A perda reflete as consequências do avanço acelerado da fronteira agrícola na produção de soja e atividade pecuária.
Preservação do Cerrado
Existem três leis principais que tratam dessa problemática: a Lei estadual nº 13.550, de 2009, que cuida dos 13% que de área fragmentada que restaram no Estado de São Paulo, que um dia já foi 33% Cerrado, a Lei nº 13.798, de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Mudanças Climáticas e a Portaria Ibama nº 14, de 2010 que prevê a possibilidade do uso de herbicidas para preservação da vegetação nativa.
Além disso, diversas organizações não governamentais (ONGs) e grupos de pesquisa ligados à pauta trabalham para pressionar a aceleração das ações do poder público para salvar o Cerrado, mas enfrentam a falta de educação ambiental de grande parte da população e o poder dos grandes produtores rurais.
Foto: Mateus Hidalgo/reprodução.