As vendas de automóveis novos no Brasil cresceram 9,2% em 2017 no comparativo com 2016. De acordo com o balanço divulgado pela Federação dos Concessionários (Fenabrave), foram comercializadas 2,24 milhões de unidades no período. No levantamento estão incluídos carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. O resultado encerra um período de quatro anos seguidos de queda.
Juiz de Fora, segundo Luiz Rodrigo Alves, supervisor comercial da Delta Fiat, registrou percentual de aumento parecido com a estatística nacional. As vendas de carros 0km cresceram cerca de 8% no município. Enquanto as vendas no varejo aumentaram 5%, a venda direta da fábrica – que oferece descontos de até 30% na compra de carro para pessoas com necessidades específicas – subiu 12%. O segmento que ganhou mais atenção foi o das pessoas com deficiência (PCD).
“Foi o bloco de vendas que mais cresceu. O governo abriu espaços para que portadores de outros tipos de deficiências pudessem adquirir os veículos. Até mesmo aqueles que não têm condições de dirigir, como os cegos, tiveram mais oportunidades, afinal eles podem eleger alguém para conduzir o veículo e conseguir negociar com as mesmas condições estabelecidas pelas montadoras”, diz Alves.
À nível nacional, o segmento dos automóveis registrou maior quantidade de venda; 1,85 milhão de unidades e alta de 9,9%. Na segunda posição ficaram os comerciais leves, com 316 carros vendidos e acréscimo de 6%. Entre os veículos de carga, os caminhões apresentaram elevação de 3,5%. Já o percentual dos ônibus foi o que mais subiu, 10,6%, com 15 mil novos modelos emplacados, mas ainda assim o segmento representa a menor parcela do mercado.
O Chevrolet Onix foi o carro de passeio mais vendido, com 188,6 mil unidades emplacadas. Completam o pódio o Hyundai HB20, 105,5 mil; o Ford Ka, 94, 9 mil, e o Volkswagen Gol, 73,9 mil.
CONCESSIONÁRIAS SOFRERAM COM A CRISE
Apesar dos bons resultados, se engana quem pensa que 2017 não foi um ano turbulento para o setor. “O brasileiro passou a esperar por boas notícias para investir e isso impactou o segmento automotivo de maneira geral. Os meses de outubro, novembro e dezembro foram um pouco melhor, mas aquém do que estávamos esperando. Creio que as montadoras sentem um sentimento de frustração combinada com a ansiedade pela melhora”, afirma o gestor comercial da Thema Veículos, Alencar Rocha.
A estratégia para emergir em meio à recessão, segundo o gerente comercial da Union Citroën, Thiago Maia, foi oferecer produtos e soluções novas. “O crédito mais responsivo e limitado aliado à falta de confiança na economia contribuiu para que o consumidor pensasse mais na hora de comprar o veículo, por isso registramos crescimento modesto. Além do mais, o brasileiro está preocupado em levar para casa a solução do problema. Essa também é a ideia do setor, vender não só o produto, mas o resultado dele. Com isso, as montadoras apostam na redução dos preços de manutenção, no lançamento de carros mais econômicos para que ele, diante da crise, dos altos preços da gasolina, continue investindo”, reforça.
VENDA DE MOTOCICLETAS REGISTROU BAIXA
O segmento de motocicletas fechou o ano com 851 mil unidades novas, cerca de 14% a menos que o volume registrado em 2016. Mesmo com as baixas, o gerente de Consórcios da Independência Motos, Fabrício Alves de Oliveira, viu as vendas de consórcio subirem 53% no fim de 2017 comparado com 2016. A justificativa, de acordo com ele, foi a baixa na taxa de juros realizada pelo Banco Central e a constante variação nos preços dos combustíveis promovidas pela Petrobras. “Até junho do ano passado a média estava abaixo do esperado, mas de julho a dezembro fechamos com bons resultados. Uma coisa é certa, a elevação no preço do combustível e o transito cada vez mais pesado ajuda a vender motos, pois é um automóvel econômico e com grande utilidade”, ressalta.
EXPECTATIVA
Para 2018, a Fenabrave espera crescimento de 12,6% em automóveis, 8,1% em comerciais leves, 9,5% em caminhões, 5,4% em ônibus e cerca de 6,5% no mercado de motos. A previsão é expansão de 10,3% em todo o setor. Essa é a mesma expectativa dos juiz-foranos. “Esperamos superar 2017 e lançar novos produtos e ideias. É um ano de consolidar o segundo semestre de 2017”, finaliza Oliveira.
Postado originalmente por: Diario Regional – Juiz de Fora