JF tem 600 novos casos de câncer de mama e próstata a cada ano

De repente, elas perdem o cabelo, uma parte do seio e a autoestima. Eles precisam enfrentar os preconceitos envolvendo o exame que diagnostica o câncer de próstata para tirar do pódio a doença que é a segunda maior causa de morte entre a população masculina. A cada ano, pelo menos, 300 novos casos de câncer de mama e o mesmo número de câncer de próstata são registrados em Juiz de Fora. Apesar dos números, a patologia possui cerca de 90% de chance de cura quando é descoberta em estágio inicial. Ainda que o diagnóstico pareça o fim, na verdade, ele é o início de uma nova vida. A partir desta terça-feira, dia 1º, em que se inicia a campanha do Outubro Rosa em todo o país, a Tribuna abre uma série de reportagens sobre o câncer de mama e, na sequência, sobre o câncer de próstata, no Novembro Azul.

Durante oito domingos, na série “Existe esperança!”, a Tribuna vai tratar do desafio que os pacientes diagnosticados, seja com câncer de mama ou de próstata, enfrentam desde a descoberta da doença até a “alta médica”. Vai mostrar que ninguém é o mesmo depois da descoberta da doença, que representa um fardo, principalmente emocional, para os pacientes e suas famílias. A sensação de instabilidade e insegurança que persiste durante o tratamento e se estende pelos anos seguintes. A ansiedade e depressão que acometem os pacientes. Ainda discutirá como fatores psicológicos, religiosidade, espiritualidade, autoestima, vida social e o apoio de familiares e amigos podem influenciar o modo como o paciente enfrenta a doença.

Ao longo da série, os jornalistas Marcos Araújo e Vívia Lima vão mostrar que as chances de cura dos pacientes com câncer de mama ou próstata são grandes e, por isso, a importância de romper as barreiras do preconceito e buscar um profissional a qualquer alerta que o corpo dá.

Ainda que o organismo não dê sinais, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia seja feita em mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Já em relação o câncer de próstata, o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados, nove deles têm mais de 55 anos. A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue ou no toque retal, que somente são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista. É indicado fazer exames de análise, a partir dos 50 anos de idade, mas quando há histórico familiar, a indicação é realizá-los a partir dos 45 anos de idade. O grande problema é que este tipo de diagnóstico é cercado de preconceitos e evitado por muitos homens, o que pode trazer graves consequências.

Novo medicamento na lista do SUS

A série apresenta ainda a conquista recente da Abiraterona, um medicamento que passou a integrar a lista do SUS no tratamento contra o câncer de próstata. A medida foi publicada no Diário Oficial no dia 25 de julho deste ano, após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A oferta deverá ser efetivada no prazo máximo de 180 dias, ou seja, em janeiro de 2020.

As matérias também mostrarão como é a porta de entrada dos pacientes nas unidades hospitalares do SUS em Juiz de Fora, o drama do tratamento, quando muitas pessoas enfrentam equipamentos precários e medicamentos de alto custo. O grau de investimento na saúde no sistema público é menor e, às vezes, se mostra insuficiente, e o doente se depara com uma situação de limitações para poder vencer a batalha.

O câncer começa com uma pequena inflamação e desencadeia num processo inflamatório. Nessa briga, pode ser que alguma célula do corpo leve a pior. Mutante, a célula começa a se dividir e multiplicar descontroladamente, e o câncer surge.

Há muitos desafios que precisam ser colocados na pauta, uma vez que o câncer é uma doença que não perdoa falhas, nem atrasos, não perdoa qualquer tipo de lentidão. Tempo este mais lento para aqueles que dependem do serviço público de saúde. Quanto mais cedo descobrir, menos traumático é o tratamento que traz vários efeitos colaterais.

Campanhas incentivam prevenção

Em Juiz de Fora, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) trabalham durante o ano todo com promoção de saúde aos seus usuários, ou seja, é procedimento de rotina do médico clínico avaliar a situação de cada paciente e solicitar exames de maior complexidade e encaminhamento para especialistas. Durante as campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, de conscientização para a doença, as unidades fazem um cronograma diferenciado de atividades e promoção de mutirões de exames preventivos. Assim, se o tratamento demandar um tipo de atendimento que extrapole o nível preconizado para a rede de atenção primária e secundária, é feito um encaminhamento para os prestadores de serviço da rede complementar. No município, o Instituto Oncológico, o Hospital Doutor João Felício e Ascomcer prestam serviço nessa área.

Nos últimos cinco anos, 295 mulheres perderam a vida em decorrência da doença, somente no município de Juiz de Fora, conforme mostrou dados obtidos com exclusividade pela Tribuna junto à Secretaria de Saúde. Outros 269 homens morreram em decorrência do câncer de próstata. A Tribuna contará a história de personagens que driblaram o medo e decidiram lutar pela vida. São pessoas que aproveitaram a descoberta, que, para muitos, poderia representar o fim da vida, e entenderam o câncer como um estado e, trocaram o “você tem câncer”, pelo “você está com câncer”, optando por viver a experiência com, através e além do diagnóstico.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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