Um crime com motivação fútil e sem nenhuma chance de a vítima se defender. Assim a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) define o homicídio de um homem, de 52 anos, morto a facadas pelo ex-colega de trabalho, de 30, ocorrido no dia 13 de outubro deste ano, dentro de um açougue no Centro da capital. O suspeito foi preso na quarta-feira (1/12) e confessou o crime.
“A vítima foi atingida com vários golpes de faca, sem qualquer condição de defesa, e o suspeito prosseguiu com os golpes mesmo após a vítima ter caído ao chão. Então, de fato, é uma conduta de grande reprovabilidade, especialmente em razão dessa relação antecedente como colegas de trabalho”, destaca a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Letícia Gamboge.
O investigado havia começado a trabalhar no açougue há menos de uma semana quando cometeu o crime e teria utilizado uma faca do estabelecimento para tirar a vida do colega. “A vítima já trabalhava para aquela rede de açougue há seis anos, então, ela já era muito conhecida pelo proprietário e pelos funcionários que estavam ali há mais tempo. Já o suspeito, só tinha cinco dias que trabalhava no local e ainda estava em contrato de experiência”, relata a delegada que coordena o inquérito, Michelle Campos.
Dinâmica
A delegada ainda explica que, no dia 7 de outubro, a vítima teria discutido e ameaçado outro funcionário, fato presenciado pelo suspeito. Conforme alega o investigado, após observar o conflito, ele sentiu-se indignado e, de certa forma, também ameaçado pelas palavras proferidas pela vítima. No mesmo dia da discussão, o açougueiro de 52 anos foi demitido da empresa, retornando ao local seis dias depois para receber o acerto trabalhista.
Michelle conta que ele foi ao ponto comercial três vezes, duas pela manhã e uma à tarde. Na parte da manhã, o açougueiro levou café para os funcionários, já que trabalhou muitos anos na empresa e era querido no ambiente. No período da tarde, quando retornou para conversar com o ex-patrão, a vítima foi atacada pelo suspeito.
“Quando ela [vítima] está na porta do estabelecimento, olhando para a rua, o suspeito deixa o balcão, de posse de uma faca, e começa a desferir golpes na vítima, que estava inclusive de costas para ele no momento do primeiro golpe”, detalha a delegada. Após o crime, o investigado deixou a faca em cima do balcão e fugiu do local a pé, pisando sobre o corpo da vítima. Ainda segundo Michelle, momentos antes do crime, o suspeito teria amolando a faca utilizada no homicídio, demonstrando a premeditação.
Depoimento
Durante o período em que estava foragido, o homem alega ter se mudado para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por um tempo. Ao retornar para Belo Horizonte, ele conta que chegou a ficar em situação de rua. Em um trabalho informal que conseguiu após o crime, para o qual ele apresentou nome falso, o homem afirmou à equipe do DHPP que novamente se sentiu ameaçado por um colega e quase cometeu outro homicídio.
As investigações sobre o caso prosseguem para a elucidação total dos fatos.
Por: ASCOM-PCMG