Infectologista alerta para a necessidade das duas doses da vacina contra a Covid

Apesar de a primeira dose da vacina contra a Covid-19 garantir proteção parcial, a infectologista Cristina Barata alerta para a necessidade de se tomar as duas doses e ainda manter os cuidados de proteção, como o uso de máscaras e o distanciamento. Ela ressalta que todas as vacinas não garantem 100% de imunização e que a falsa sensação de estar totalmente protegido é um risco. Ela afirma que na ciência tudo que tem menos de duas décadas de estudos e levantamentos ainda é considerado imaturo e a Covid-19 não foge à regra.

Apesar da insuficiência de pesquisas comprovadas, há indícios de que a infecção pela doença pode acelerar o processo de imunização após a aplicação da primeira dose. Contudo, todo o processo deve ser avaliado de acordo com a condição das variáveis existentes. “O que se tem é que de quatro a seis meses após a infecção, a chance de se contrair novamente a doença é muito pequena, a não ser que haja uma variante muito diferente do primeiro vírus infectante. É igual a gripe: ‘tô vacinado, tô protegido’, mas entrou uma variante diferente, volta à estaca zero. Em relação às vacinas, as pessoas que tiveram a infecção e tomam a primeira dose têm essa vacina como um ‘booster’. Não existe uma confirmação firme e significativa de que a infecção natural é mais potente contra a doença do que a própria vacina. Tudo isso vai depender das mutações que o vírus venha a sofrer”, avalia Cristina.

“Uma coisa é ter um estudo clínico, com um grupo fechado, quando você está validando o uso da vacina. Outra coisa é quando você vê em tempo real. Em alguns estudos, como no Chile, foi provado que a primeira dose da CoronaVac oferece uma proteção de 50%; a [vacina] da Pfizer chegou à proteção de 80% na 1ª dose; a AstraZeneca apontou segurança de 60%. São porcentagens baixas, mas previnem contra formas graves. Essa falsa sensação de proteção de 100% gera algum risco maior para a comunidade. Temos visto pacientes com duas doses tomadas ainda adoecidos. Ainda há risco de ter a forma grave, principalmente se a pessoa que está imunizada é de grupo mais vulnerável. Muitas vezes, a próprio Covid não é grave, mas o paciente já tem uma condição de saúde tão comprometida que o vírus só vai ser o gatilho para aquilo piorar de uma vez. Essa é uma das grandes preocupações. A outra preocupação que tem que se ter é que ainda tem grupos não imunizados e temos visto, além do rejuvenescimento da doença, um aumento muito grande de comprometimento de gestantes e obesos”, finaliza a infectologista.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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