Governo de Minas cria comitê para resolver impasse no Mineirão

Comunicado foi feito durante coletiva de imprensa nessa terça-feira (24)

Devido ao atrito entre Atlético-MG, Cruzeiro e a administradora do Mineirão, Minas Arena, para a utilização do estádio, o Governo de Minas Gerais anunciou, nessa terça-feira (24), que vai intervir através de um comitê para debater com a empresa.

O comitê vai possibilitar que os times tenham acesso a programação completa de 2023 do estádio e possam questionar, com prazo maior, os interesses comerciais, conciliando com shows e outras atividades. A primeira reunião acontecerá em até dez dias e, posteriormente, o planejamento é reunir os representantes mensalmente. 

Em entrevista coletiva, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, pontuou que a decisão de intervir veio após a informação de que o Mineirão não receberia mais jogos de futebol. A revisão do contrato de concessão, que é válido até 2037, também está prevista para acontecer ao longo do processo. 

A falta de um contrato anual dos clubes com o estádio é o principal dificultador. O Atlético-MG opta por fechar jogo a jogo, já que espera pela Arena MRV e o Cruzeiro, que já teve contrato de longa duração com o estádio, perdeu prioridade após série de atrasos nos pagamentos. 

Após a coletiva de imprensa a Minas Arena emitiu nota oficial, leia na íntegra: 

“O Mineirão confirma que o Estado solicitou a apresentação de uma proposta que permita a redução da parcela variável do contrato de Parceria Público-Privada (PPP), conforme informado pelo secretário, em entrevista coletiva nesta terça-feira (24).

A Concessionária está realizando estudos sobre a solicitação e retornará assim que finalizá-los. Conforme pontuado pelo secretário, os pagamentos realizados pelo Estado possuem o objetivo de ressarcir a empresa o valor já determinado em contrato pela reforma, renovação e adequação do Complexo do Mineirão, e não para garantir o lucro da concessionária.

Além disso, é preciso desmistificar que o contrato do Mineirão é uma despesa para os cofres públicos. Segundo estudo do Ipead, da UFMG, de 2019, os jogos e eventos promovidos pelo Mineirão movimentaram, em apenas um ano, R$ 662 milhões na economia mineira, além da criação de quase 6 mil postos de trabalho. A cada R$ 1 gasto no Mineirão, R$ 3,23 é dispendido imediatamente na economia. Ou seja, o estádio devolve anualmente para a economia um valor superior ao custo de sua reforma para a Copa do Mundo.

Com relação à ativação do Comitê de Esporte, Cultura e Lazer (CECL), o Mineirão informa que aguarda o recebimento de ofício, como informado pelo secretário, para indicação de membros. Já foi demonstrado que o estádio é capaz de priorizar o futebol, ocupando as datas ociosas com eventos, conforme aconteceu em 2022, em comum acordo com os clubes.

O Mineirão lembra que realizou, no ano passado, 55 partidas de futebol e 156 eventos, fazendo de 2022 o melhor ano de sua história.

Com relação ao uso das datas de Estado, previsto no contrato, a Concessionária esclarece que, observado o procedimento para a fixação destas datas, o contrato não prevê a cessão gratuita aos clubes para a realização de jogos, e não impede a cobrança do uso do complexo esportivo. Os clubes são particulares que usufruem o estádio para o desenvolvimento de atividade econômica e lucrativa.

Por fim, o Estado e a Concessionária devem atuar de forma sinérgica, a fim de que os interesses dos clubes possam se equilibrar com o interesse público e com os legítimos direitos do parceiro-privado”.

Foto: Reprodução da internet.

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