Fiemg apresenta propostas da indústria para o Governo Federal

Desoneração da folha de pagamento, simplificação dos impostos e teto na arrecadação são as principais demandas

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, apresentou ontem ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, sugestões e propostas da indústria mineira para a melhora das relações de trabalho no Brasil.

As propostas foram elaboradas por conselhos e comissões da Fiemg que envolvem todos os representantes do setor industrial. “O objetivo principal é a melhora das relações trabalhistas, como também o aumento da produtividade do trabalhador brasileiro”, explicou Roscoe.

De acordo com o ministro, o País vive um momento importante e todos os setores têm que estar alinhados para fazer a diferença. Ele ressalta que, nos quatro primeiros meses deste ano, o País registrou um saldo de 705 mil novos empregos e projeta um saldo de  2,2 a 2,5 milhões de empregos formais este ano.

“A busca do equilíbrio no mundo do trabalho é fundamental. Trabalhadores e empregadores precisam negociar. E quem tem expertise pode colaborar e muito nessa construção, daí a busca pela Fiemg”, disse Marinho.

Entre as pautas, o presidente da Fiemg ressaltou que elencou a questão das vagas em aberto que não são preenchidas, mesmo sabendo que há muitos desempregados. “Cabe ao setor industrial juntamente com o governo federal encontrar alternativas para despertar o interesse da nova geração de entrar no mercado industrial”, disse.

Outra questão discutida foi das pessoas que estão nos programas de auxílio do governo terem a possibilidade de trabalhar sem medo de perder o benefício ou eventualmente assumir empregos temporários. “Essa é uma discussão sensível que temos que encontrar um ponto de equilíbrio. Não podemos desamparar os que precisam dos auxílios, mas não podemos penalizar aqueles que assumem o emprego e possuem uma renda um pouco superior aos que estão no auxílio governamental ou na informalidade”, explicou.

Segundo Marinho, todos os setores empresariais de bom senso vão trabalhar para que “o trabalho seja o mais saudável e da melhor qualidade possível”. Ele explica que a Fiemg reivindica um debate que todo setor empresarial pleiteia: a desoneração da folha de pagamento. Ele afirma que se trata de um assunto complexo, mas de necessária discussão. “A reforma tributária é a grande oportunidade para trazer o equilíbrio. Gerar empregos novos e de melhor qualidade, e desonerar a folha de pagamento”, apostou.

Sobre a reforma tributária, o presidente da Fiemg explicou que apresentou três sugestões principais. A primeira, a transferência dos encargos sobre a mão de obra\ para outra base de arrecadação, desonerando o emprego. “Se você deixa o emprego menos oneroso para aquele que emprega, você cria um maior potencial de geração de empregos e até abre espaço para um ganho salarial”, defendeu.

Roscoe afirma que a folha de trabalho brasileira é onerada até três vezes mais do que as dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Isso mina competitividade para os trabalhadores brasileiros e empregadores, pois quando concorremos com o mercado internacional, exportamos esse imposto. Ele não é retirado e isso resulta em um efeito cascata na economia”, reforçou.

A segunda é para que haja um teto de arrecadação para que ela não se expanda. “Toda vez que sobe a carga tributária, quem arca com isso é o conjunto da população”, explica.

E a terceira, que seja simplificadora e reduza os custos dos bens fabricados no Brasil.

Também estiveram presentes ao encontro Carlos Calazans, superintendente regional do Trabalho e Emprego em Minas, e Marco Antônio de Jesus, copresidente do Fórum Estadual de Emprego e Renda e presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais (FEM/Cut). O representante dos trabalhadores elogiou e aprovou a iniciativa do setor produtivo mineiro. “Precisamos batalhar pela sobrevivência dos postos de trabalho e investimento no setor produtivo é um dos caminhos. Assim iremos conseguir manter o emprego e a renda da população”, disse.

As informações são do Diário do Comércio.

Foto: Sebastião Jacinto Júnior.

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