Especialista em segurança viária alerta sobre cuidados para quem vai viajar no feriado de 1º de maio
Pegar a estrada só se estiver descansado e com o sono em dia é um fator essencial para evitar acidentes de trânsito, é o que aponta a pesquisa publicada em abril na revista Nature and Science of Sleep. O estudo constatou que a falta de sono tem um efeito similar ao do álcool no cérebro do motorista e praticamente iguala os riscos de dirigir sob efeito de álcool.
O estudo realizado pela Central Queensland University, na Austrália, detalha até a quantidade de horas que os condutores de veículos precisam dormir para fugir das estatísticas de acidente e fatalidade de trânsito. Uma noite de sono de aproximadamente cinco horas dobra a probabilidade de um acidente quando comparado com indivíduos que têm uma boa noite de sono, considerando oito horas de descanso. Os cientistas concluíram que esse aumento da probabilidade de um sinistro de trânsito é o mesmo que ocorre com um motorista que dirige com uma concentração de álcool no sangue de 0,05%.
O médico especialista em Medicina do Tráfego e diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, afirma que o sono causa uma falha de comunicação temporária entre os neurônios, por isso, quando não dormimos o suficiente, temos dificuldade de concentração, cansaço, e uma percepção visual distorcida, o que aumentam os riscos de um sinistro de trânsito.
Coimbra alerta sobre erro comum de considerar somente o deslocamento de ida como sendo o momento mais importante da viagem e desconsiderar a volta. “Feriado nem sempre é sinônimo de descanso, são dias, muitas vezes, marcados por privação do sono, alimentação inadequada e baixa hidratação”, explica.
A atenção deve ser redobrada também em relação ao consumo de álcool no dia anterior ao retorno. “O álcool produz efeitos imediatos e tardios no nosso corpo, por isso a ingestão excessiva na noite que antecede o retorno pode prejudicar a atenção, reação e reflexo durante a condução veicular. O ideal é fazer um consumo moderado, não descuidar da hidratação e garantir uma boa noite de sono”, observa o médico.
Check list antes de sair
Além de manter o veículo com a manutenção em dia, o especialista recomenda não sair de casa sem verificar freios, faróis, lanternas, níveis de água e óleo, além de calibrar os pneus e verificar os itens de segurança obrigatórios, como triângulo, macaco e estepe, que também deve ser calibrado.
Para os que vão viajar usando transporte coletivo, a recomendação é escolha empresas legalizadas, pois elas são obrigadas a seguir todas as normas de segurança da legislação. Observar a conservação dos pneus e verificar se o veículo tem o selo da ANTT e a identificação da empresa também são medidas preventivas.
Veja outras dicas de segurança em casos específicos
Transporte de crianças
- Bebê conforto: crianças de até um ano de idade e até 9kg, posicionado em sentido contrário ao painel do veículo.
- Assento conversível: crianças de até um ano de idade e até 13kg posicionado no sentido contrário ao painel do veículo até a criança completar 1 ano de idade.
- Cadeirinha: crianças de 1 a 4 anos de idade, que tenham entre 9 e 18 kg, posicionamos de frente para o painel do veículo.
- Assento de elevação: crianças de 4 a 10 anos de idade que não tenham atingido 1,45 m de altura, com peso entre 15 e 36 kg, sempre conectado ao cinto de três pontos.
- Banco traseiro e dianteiro somente com o cinto de segurança: crianças com mais de 10 anos de idade e/ou estatura superior a 1,45m.
- Apenas crianças maiores de 10 anos podem ser transportadas em motocicletas, mas sempre com capacete, luvas e outros equipamentos de proteção
Transporte de pets
- Cadeirinhas (cestinhos): recomendadas para animais de pequeno porte que não se adaptam em viajar nas caixas de transporte. São projetadas para serem utilizadas com os animais utilizando coleiras do tipo peitoral e devem ser fixadas no encosto de cabeça do banco traseiro e retidas com o cinto de segurança do veículo.
- Cinto de segurança: Indicado para cães de porte médio ou grande, na posição central do banco traseiro, com os adaptadores presos às coleiras peitorais, e fixados no encaixe do cinto de segurança do veículo.
- Grades de proteção: indicadas para animais de grande porte e têm a função de limitar a circulação do animal dentro do carro e impedir o cão de saltar pela janela.
- Capa protetora de banco traseiro: pode ser usada com o cinto de segurança, minimizando o risco do animal de sofrer ferimentos em desacelerações bruscas, por exemplo.
Foto: Canva.