Com aumento no número de casos e mortes por febre amarela no estado de Minas Gerais (25 óbitos até agora, de acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), na terça-feira, 23), centenas de pessoas têm se deslocado até os postos de saúde para tomar a vacina. O crescimento da demanda também eleva as dúvidas da população que, em muitos dos casos, não sabe se deve ou não ser vacinada. Diante disso, o médico infectologista, Rodrigo Daniel de Souza esclarece para os leitores do Diário Regional em quais situações a vacina é contraindicada.
QUEM NÃO DEVE TOMAR A VACINA?
De acordo com o especialista, pacientes que estão com o sistema imunológico fragilizado ou que têm alergias aos componentes do ovo não devem se vacinar. “Nesses casos, a imunização pode causar problemas graves. O paciente com sistema imunológico enfraquecido por alguma doença mais séria desenvolve um quadro semelhante ao da febre amarela, a doença viscerotrópica aguda. Isso ocorre porque a vacina possui o vírus atenuado (vírus vivo), que estimula o organismo a produzir anticorpos que protegem contra a doença. Estando debilitado, o corpo não consegue conter a multiplicação do vírus inserido pela vacina”, explica Souza.
A orientação também é válida para portadores de doenças autoimunes. “Pacientes em radioterapia, quimioterapia ou que estejam fazendo uso de corticoide, portadores de lúpus, doença de Addison e artrite reumatoide não devem se vacinar”, reforça.
GESTANTES E MULHERES QUE AMAMENTAM
Grávidas e mulheres que amamentam bebes de até seis meses devem procurar um médico antes de vacinar. “O especialista vai analisar o caso e indicar se é recomendável ou não a vacinação. Lembrando que as mulheres que estiverem amamentando, após tomar a vacina, não poderão amamentar nos próximos 10 dias”, frisa Souza.
E OS IDOSOS?
A vacina é recomendada para pessoas entre nove meses de vida e 59 anos. “Os idosos, acima dessa faixa etária, também devem ser submetidos à avaliação médica, que vai avaliar o sistema imunológico e os riscos de contaminação da doença”, diz.
POSSO DOAR SANGUE?
“O recomendado é doar sangue antes de se vacinar. Caso contrário, a pessoa deve esperar 30 dias após a imunização para doar”, lembra Souza.
REAÇÕES ADVERSAS
Segundo o médico, apenas cerca de 4% das pessoas que são vacinadas apresentam algum sintoma. “As estatísticas apontam que um em cada 25 vacinados pode vir a apresentar sintomas leves nos primeiros dez dias da aplicação da vacina. Podem ter febre, dores musculares, náuseas, mas são efeitos de curta duração”, afirma.
COMO SE PROTEGER ENTÃO?
Nos casos em que a vacina não é indicada, Souza recomenda algumas formas de prevenção. “As pessoas devem evitar o contato direto com áreas de mata. Outra alternativa é inibir a entrada dos mosquitos nas residências, por meio de telas instaladas em portas e janelas e, durante o sono, usar um mosquiteiro”, orienta.
“O uso de repelentes é bastante eficaz. Eles devem ser aplicados segundo a recomendação do fabricante, pois cada um tem o tempo de ação. Ao adentrar a área de mata, é importante utilizar roupas longas, folgadas, o que dificultará a entrada dos mosquitos. Nesse caso, o repelente deve ser aplicado por cima da roupa, evitando que o mosquito se infiltre na vestimenta e acompanhe a pessoa até outros locais, em que ele possa fazer novas vítimas que não estiveram protegidas”, acrescenta Souza.
Postado originalmente por: Diario Regional – Juiz de Fora