Neste 24 de maio é comemorado o dia do detento. Sobre a data nossa reportagem foi até a APAC para conhecer os trabalhos de ressocialização que a entidade desenvolve.
A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que se dedica à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade, bem como socorrer a vítima e proteger a sociedade. Opera, assim, como uma entidade auxiliar do Poder Judiciário e Executivo, respectivamente na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade.
O método foi criado em 1972, pelo advogado e jornalista, Mário Ottoboni, e implantado inicialmente em São José dos Campos (SP), com objetivo de promover a humanização das prisões, sem perder de vista a finalidade punitiva da pena. O modelo auxilia na execução penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade dos regimes fechado, semiaberto e aberto.
O trabalho da Apac baseia-se em um método que se destaca pela corresponsabilidade do preso em sua recuperação, pelo envolvimento e colaboração dos familiares dos presos – tendo em vista a municipalização da execução penal – e pela solidariedade e disciplina para reciclar valores e desenvolver habilidades profissionais dos condenados. O método Apac é aplicado em dez estados e no Distrito Federal, além de em outros 28 países.
“A APAC busca reintegrar o setenciado à sociedade com uma metodologia que traz reflexos muito positivos. É uma oportunidade da ressocialização para o setenciado”, explica a presidente de APAC Manhuaçu, Dra. Denise Rodrigues.
Dra. Denise fala sobre o trabalho realizado durante a pandemia com a confecção de máscaras pelos recuperandos. “Foi de grande importância a possibilidade do recuperando, recluso, se sentir útil, se sentir parte ativa do processo de combate à pandemia com a confecção de máscaras que foram doadas à população. Foi algo muito grandioso para eles”, conta.
Ela reforça que, além das máscaras, trabalhos de panificação e artesanato são realizados na APAC. “O trabalho é um dos doze elementos fundamentais da metodologia. É muito importante que o recuperando redescubra os seus valores e quebre este preconceito, porque para muitas pessoas quando se fala em sistema prisional, se fala em pessoas inúteis e, na APAC, essas pessoas redescobrem esses valores e comprovam pra sociedade que são pessoas que cometeram um erro e que são capazer de voltar à sociedade como um novo homem”, ressalta.
O recuperando Thiago de Oliveira Dias fala da importância da APAC em seu processo de recuperação. “Foi uma experiência de vida muito boa. Graças a Deus tive a oportunidade de estar na APAC, onde eu consegui conhecer atividades as quais eu não fazia. Vim a cometer um delito, fui regredido e hoje tive a oportunidade de me recuperar. Já está quase no dia de ir embora e voltando para sociedade como uma nova pessoa, um homem honesto e digno do meu próprio trabalho”, conta Thiago.
João Vitor Nunes
Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu