Sem avanço na negociação salarial, trabalhadores do transporte coletivo podem entrar em greve a partir desta semana. As concessionárias foram notificadas na última sexta-feira (9) sobre a possibilidade de paralisação, mas o movimento ainda não foi deflagrado porque uma audiência de conciliação está marcada para acontecer na tarde de hoje.
No comunicado de greve, o presidente do Sintracol (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Uberaba), Roberto Alexandre Vieira, posicionou que não houve avanço nas negociações porque nenhuma proposta de reajuste salarial foi apresentada à categoria e sequer houve abertura das empresas para tratar sobre outros itens da pauta de reivindicações.
O sindicalista também havia informado no documento que, a partir da deflagração da greve, seria mantido apenas 30% da frota em circulação nos horários de pico e 15% dos veículos no restante do dia para a manutenção do serviço essencial de transporte público.
Entretanto, as concessionárias ingressaram com pedido de liminar no Tribunal Regional do Trabalho e conseguiram decisão favorável para assegurar a manutenção de, no mínimo, 60% da frota em operação em caso da categoria prosseguir com a deflagração da greve.
André Campos, presidente da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Uberaba (Transube), reconheceu que não houve proposta de reajuste salarial este ano aos trabalhadores, mas justificou que não houve condições de oferecer qualquer índice porque não houve aumento da tarifa desde 2019 e o custo dos insumos aumentou.
“Não podemos fazer nenhuma proposta de reajuste, mas estamos mantendo todos os postos de trabalho, pagando todos os salários e benefícios em dia, mesmo com todo esse desequilíbrio contratual comprovado”, argumentou.
Questionado, o presidente da associação manifestou que o subsídio mensal de R$ 500 mil pago diretamente pela Prefeitura não está sendo suficiente para compensar a alta nos custos para a prestação de serviço.
“Atualizamos a planilha no primeiro semestre/22, mesmo com o subsídio recebido, o desequilíbrio mensal é de 1.374.183,75. Protocolamos todos os meses ofícios junto ao Município demonstrando a situação, em Julho/22, oficializamos a necessidade de reequilibrar o contrato, pois caso contrário, a única solução seria a redução da frota. Somente este ano o diesel subiu 64% impactando ainda mais nossos custos”, finalizou.
A prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) informou que a Prefeitura também já foi notificada e o secretário municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes, Glorivan Bernardes, partipará a reunião entre o sindicato e as empresas na tarde de hoje para acompanhar a situação.
As informações são do JM Online, associado AMIRT
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