A Campanha Janeiro Branco 2021 tem a sua importância redobrada e chega à sua 8ª edição com uma missão
fundamental em tempos de pandemia: inspirar indivíduos e instituições sociais a participarem de um grande pacto universal em defesa da Saúde Mental da humanidade.
Segundo Leonardo Abrahão, psicólogo idealizador da Campanha Janeiro Branco, “a humanidade precisa de um pacto pela Saúde Mental em que todas as pessoas se comprometam com a ideia de que ‘todo cuidado conta!’ quando o objetivo é a criação de condições para vidas mais saudáveis e melhores para todo mundo”.
Difundindo o pacto pela Saúde Mental Para alcançar as pessoas, as instituições e promover o pacto pela Saúde Mental que o mundo precisa, voluntários da Campanha Janeiro Branco promoverão lives, entrevistas, reportagens, rodas de conversa por videoconferência, palestras online, tira-dúvidas virtuais, compartilhamentos de arquivos pelas redes sociais, séries diárias de postagens e atividades presenciais que puderem ser realizadas de forma segura em tempos de necessários isolamentos sociais. “Uma cultura da Saúde Mental no mundo pressupõe uma divulgação ampliada de conhecimentos sobre Saúde Mental”, defende Abrahão.
Pandemia do COVID-19 agravou vários problemas relacionados à Saúde Mental
Estudos e pesquisas sobre os efeitos colaterais da pandemia do COVID-19 começaram a surgir e a mostrar os grandes desafios que a humanidade tem pela frente: além de vencer o novo Coronavírus, os indivíduos e as instituições sociais também deverão reunir esforços e desenvolver estratégias públicas e privadas para proteger, fortalecer e promover a Saúde Mental das pessoas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia interrompeu serviços essenciais de Saúde Mental em 93% dos países do mundo e, ao mesmo tempo, intensificou a procura por esses mesmos serviços. No Brasil — país que já é um dos recordistas mundiais em relação à depressão, à ansiedade e a números absolutos de suicídios —, a primeira fase de uma pesquisa realizada no final de 2020 pelo Ministério da Saúde
detectou ansiedade em 86,5% dos indivíduos pesquisados, transtorno de estresse pós-traumático em 45,5% e depressão grave em 16% dos participantes do estudo. Outro estudo, realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) com 12.000 pessoas de 33 países da América Latina e Caribe (30,8% eram brasileiros), revelou que 35% dos entrevistados relataram aumento na frequência do comportamento de beber de forma excessiva e em um curto período de tempo — situação que pode desencadear sérios problemas em relação à Saúde Mental dos envolvidos. Além disso, também não faltam estudos sobre a ampliação das violências domésticas, do abuso infantil e do adoecimento emocional por parte de jovens e de idosos submetidos ao isolamento social. Como afirma Abrahão, “2020 foi um ano de provas, de desafios e de revelações em relação à Saúde Mental de todas as pessoas do mundo”.
2021 e Saúde Mental: novos desafios, grandes oportunidades
2020 acrescentou novos desafios aos universos da Saúde Mental mundial: aumento na quantidade e na intensidade de transtornos mentais nas sociedades, precarização dos serviços relacionados à Saúde Mental, deterioração nas condições de vida de um número crescente de pessoas, multiplicação de dolorosos lutos provocados por perdas inesperadas e a erupção de muitas insatisfações existenciais com sentidos alienados de vida.
Por causa disso, em relação à 8ª edição da Campanha, Abrahão conclui: “a Campanha Janeiro Branco de 2021 possui uma inédita e maravilhosa oportunidade de inspirar as pessoas a pensarem sobre como cuidar melhor da própria Saúde Mental e da Saúde Mental de todos, sobre como investir em sentidos existenciais mais saudáveis e, fundamentalmente, sobre como promover políticas públicas e privadas dedicadas a mais Saúde Mental nas nossas sociedades. É chegada a hora de um poderoso pacto pela Saúde Mental da humanidade, afinal, todo cuidado conta quando o objetivo é a construção de uma cultura da Saúde Mental no mundo!”.
Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu