O Dia Mundial da Água celebrado na última sexta-feira,22, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 21 de fevereiro de 1993 e tem como objetivo alertar a sociedade para a importância do recurso e a preservação dos bens naturais.
No sentido de fortalecer a ideia e a consciência, sobretudo dos estudantes, durante a semana o Conselho Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente realizaram palestras nas escolas municipais e estaduais, com o foco na importância da água no nosso cotidiano, bem como sua necessidade para manter o equilíbrio dos ecossistemas. Mesmo que tenha passado 26 anos, boa parte da população continua tendo comportamento agressivo, devastando e aterrando (matando) as nascentes.
Em todas as escolas, a equipe apresentou alguns slides que mostraram a formação do lençol freático, que garante a sustentação e mantém um manancial sempre composto de água. A falta de matas nativas ou ciliares também é outro fator preocupante, que vem comprometendo ano a ano a conservação das nascentes.
Durante uma palestra na Escola Estadual Maria de Lucca Pinto Coelho, para os alunos do 2º ano (Ensino Médio), Juliana Regina, integrante da Comissão de Meio Ambiente destacou o planeta, que está sofrendo ataques diversos e explorado indiscriminadamente pelo homem, que sequer demonstra preocupação com o futuro. Ressaltou ainda que a água por ser um bem tão valioso para a vida humana, não está tendo a atenção devida pelo próprio ser humano.
Para Juliana Regina, o momento é para uma reflexão profunda sobre o que pode ser feito, como trabalhar a consciência da sociedade, que parece adormecida diante de tantas situações comprometedoras ao ecossistema. “A consciência sobre a preservação e proteção dos recursos hídricos tem de crescer. Os estudantes também são formadores de opinião e podem contribuir muito para que as mudanças aconteçam”, detalha Juliana Regina.
Em entrevista à reportagem “Tribuna do Leste”, o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Flânio Alves disse que tem empenhado, a fim de desenvolver ações capazes de coibir que proprietários rurais degradem e matem as nascentes.
Ele considera que o ciclo de palestras serviu para abrir novos horizontes e a mente das pessoas. Agora trabalha-se também o projeto saneamento rural, que visa limpar as águas, desviando as descargas do rio. “No Córrego Soledade, aconteceu um mutirão para a construção de uma fossa séptica, numa residência construída recentemente. Esse projeto chamou a atenção e certamente haverá adesão de mais famílias, para que tenhamos as nascentes cuidadas, córregos despoluídos e o meio ambiente restabelecido”, relata Flânio Alves.
O presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Kildare Brandão deu ênfase para o trabalho de conscientização sobre as nascentes que recuperadas podem mudar completamente o ecossistema. Ele ressalta que a degradação do solo, o desmatamento desordenado, queimadas são comportamentos extremamente comprometedores para a água. As atividades nos educandários é um passo importante para criar uma filosofia do significado de preservação. “Os trabalhos desenvolvidos na região junto aos produtores tem diminuído bastante a devastação das nascentes. As ações do Comitê de Bacias Hidrográficas do rio Manhuaçu têm ajudado a evitar a degradação e o produtor rural tem mudado o conceito”, destaca o presidente do Conselho de Meio Ambiente, Kildare Brandão.
Eduardo Satil
Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu