Uma nota de saúde pública distribuída pela Prefeitura de Crateús (CE) circula há dias nos grupos de WhatsApp, inclusive em Uberaba. A nota alerta as pessoas para não chegarem perto de pombos para brincar ou alimentá-los. Orienta, também, que as pessoas devem prender a respiração, tapar boca e nariz, quando os pombos baterem asas muito perto.
Essas medidas destinam-se à prevenção contra a meningite fúngica, propagada através das fezes dos pombos. Segundo a assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Uberaba, aqui não há nenhum caso registrado recentemente da doença. Apesar do quadro, é válido ressaltar as dicas e reforçar as maneiras de evitar a meningite fúngica.
Segundo a chefe do Departamento de Controle de Endemias e Zoonoses, Lara Rocha Batista, a prevenção e o controle são realizados em cima de orientação quanto ao manejo ambiental. Ela explica que uma das medidas adotadas é verificar se há alguma fonte de alimentação para esses animais, e locais onde possam se abrigar.
Caso haja locais com muitos pombos é “feita a orientação sobre a eliminação desses fatores predisponentes, mas em muitos casos não há nada resolutivo. Por exemplo, em casos de pessoas que alimentam esses animais, orientamos sobre os riscos de saúde, sobre a questão sanitária, mas depende de o entendimento da pessoa acatar”, explica Lara.
O Departamento de Controle de Endemias e Zoonoses não consegue mapear os locais com maior número de pombos na cidade, tendo em vista que as aves estão em diversos locais, principalmente onde a alimentação delas é proporcionada pela população.
O engenheiro agrônomo José Sidney Silva, em nota para a coluna Alternativa, do Jornal da Manhã, pontuou que eles são atraídos para casas. “Isso acontece devido aos restos de ração deixados em vasilhas nas casas e nas ruas para alimentação de cães e de gatos”. Ele adverte, porém, que “é crime ambiental matar pombos, mas a lei prevê que, em casos de saúde pública comprometida e excesso de população de pombos decorrente da ausência de seu predador natural (gavião, por exemplo), o controle deve ser feito”.
Entenda a meningite fúngica
A doença não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal). Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.
Os sinais e sintomas de meningite fúngica são: febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, náusea, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e status mental alterado (confusão). Nas meningites fúngicas o tratamento é mais longo do que em outras meningites, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba