Vacinação da Pfizer tem filas e até polícia foi chamada por divergências

Foto/Jairo Chagas

Imensa fila se formou partindo do Centro de Eventos da ABCZ, chegando à avenida Apolônio Sales, pela rua Juiz de Fora

 A ansiedade pela vacinação e a chegada das doses do imunizante da Pfizer geraram filas, sendo necessário até mesmo o acionamento da polícia por causa de divergências no atendimento, na manhã dessa terça-feira. A reportagem do Jornal da Manhã esteve no Centro de Eventos da ABCZ, um dos dois pontos de aplicação, e constatou a imensa fila. Para se ter ideia, por volta das 11h, a fila saía da avenida Barão do Rio Branco, atravessava a rua Juiz de Fora e chegava até a avenida Apolônio Sales. Conforme pessoas que aguardavam a vacina, o tempo de espera ultrapassava as três horas.

Patrícia Silva esteve no local e não conseguiu se vacinar. Portadora de deficiência, ela chegou às 6h15 e por volta de 9h10 foi informada que ainda não estava incluída nesta fase de imunização. No passado, Patrícia teve um acidente que demandou diversos procedimentos cirúrgicos. Conforme laudo médico, atualmente ela possui quadro de “dor, mais limitação da amplitude de movimento, artrose secundária na fratura grave do côndilo sem mobilidade articular e encurtamento definitivo, além de patologias traumáticas com comorbidades clínicas (hipertensão arterial + hipercolesterolemia)”.

“Eu vim vacinar, estou com o relatório do médico que já me operou, já fiz oito cirurgias e eles me negaram a vacina. Disseram que eu não me enquadro porque eu não tenho o BPC, só que o benefício que eu recebo é o BPC, porque eu tenho comprovado encurtamento de sete centímetros na perna”, explicou Patrícia. Ainda de acordo com a mulher, ela solicitou um documento que afirmasse a negativa de aplicação da vacina, mas não conseguiu. A partir da situação, ela acionou a Polícia Militar.

A reportagem conversou com Valéria Ferreira, que faz parte da referência técnica de imunização da Central de Vacinas, que explicou que o que impediu que ela fosse vacinada foi a falta de comprovação do BPC, que é o Benefício de Prestação Continuada concedido a pessoa com deficiência de baixa renda. “O que acontece é que o Ministério da Saúde dividiu por fases a vacinação. Neste primeiro momento de comorbidades, quem recebe o BPC por deficiência permanente é enquadrado, que não é o caso dela, que tem deficiência permanente, só que sem BPC ela vai entrar futuramente”, pontuou.

Valéria ainda completou que a ansiedade pela vacinação acaba gerando esses atritos, porém ressaltou que está sendo seguido o PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19). Para quem tiver dúvidas, é possível verificar a documentação necessária no site da Prefeitura: http://uberabacontracovid.com.br/portal/conteudo,52120.

Conforme o site de orientações da Prefeitura, para a comprovação de pessoas com deficiência permanente, é necessário documento comprobatório em atendimento ao conceito de deficiência permanente adotado pelo PNO, sendo: documento padrão único criado pelo Governo Municipal; laudo médico que indique a deficiência; cartões de gratuidade no transporte público que indiquem condição de deficiência; documentos comprobatórios de atendimento em centros de reabilitação ou unidades especializadas no atendimento de pessoas com deficiência; documento oficial de identidade com a indicação da deficiência ou qualquer outro documento que indique se tratar de pessoa com deficiência. Lembrando que a pessoa portadora de deficiência somente poderá vacinar nesta fase se receber o BPC.

 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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