Sinduscon mostra preocupação com a alta de materiais para construção

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Engenheiro Luciano Veludo diz que a alta é injustificável e prejudica todo o segmento, gerando grandes prejuízos

Sindicato da Construção Civil de Uberaba (Sinduscon) manifesta preocupação quanto ao aumento do material de construção. De acordo com o presidente, engenheiro Luciano Veludo, a alta é injustificável e prejudica todo o segmento, gerando grandes prejuízos.

O dirigente explica que a disparada de preços vem desde janeiro, com reajustes de até 60% nos produtos básicos da construção civil. Entre eles destacam-se os tubos de PVC para água e esgoto, vergalhões em aço, cimento e material elétrico.

O PVC sofreu aumento devido a uma resina para sua fabricação, que é importada sendo custeada em dólar. Já a exportação força a alta dos preços de vergalhões e do cimento, fazendo que o mercado fique desabastecido, culminando na elevação dos preços. 

Para ele, o problema atrasa o prazo de execução das obras. Especificamente em relação às obras públicas, o problema é pior, pois, a situação força o realinhamento nos contratos para ajuste de preços. “É um prejuízo enorme para todos”, afirma.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) prepara um documento, para ser encaminhado ao governo federal. Luciano Veludo está participando da elaboração do texto, que está em processo de finalização. O documento, segundo ele, cobra soluções para socorrer o segmento em meio a esta crise que está gerando a disparada dos preços dos materiais de construção. 

Devido à pandemia, fábricas fecharam no início do ano e houve falta de insumos no mercado

O engenheiro civil Guilherme Ribeiro Tomaz da Silva diz que no começo do ano, as fábricas fecharam as portas devido à pandemia, e os materiais de construção faltaram no mercado, o que justificou a alta dos preços. “Mas, para não encerrar as obras continuamos comprando e absorvendo todo o aumento dos custos”, diz. Porém, mesmo com a retomada das atividades dos fornecedores, os preços continuam subindo. Por exemplo, o saco de cimento, que no começo do ano era vendido a R$14, é encontrado hoje a R$28. Já os tijolos, que estavam R$400, está R$1.150. “Faço um orçamento hoje para me programar, quando vou comprar na semana seguinte já está outro preço”, diz o engenheiro civil.

A situação traz grandes consequências negativas para o segmento. Segundo ele, a situação dificulta aquisição da casa própria visto que o preço do imóvel sofre os impactos nos valores dos insumos. Já para aqueles que tinham programado uma reforma, o engenheiro esclarece que o aumento faz com que esta possibilidade seja adiada e, consequentemente, há grande impactos para as construtoras, que perdem a chance de fechar novos contratos.

E mais, o profissional diz que obra paralisada gera desemprego e prejudica toda a economia. Vale lembrar que a construção civil registra retração na geração de empregos em 2020. Nos primeiros sete meses do ano, foram 2.622 admissões contra 2.828 demissões, totalizando saldo negativo de 206 empregos com carteira assinada em Uberaba.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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