Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgou nota informativa sobre o Produto Interno Bruto, que cresceu 1% no primeiro trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 1% no primeiro trimestre de 2022, em comparação ao quarto trimestre de 2021, a terceira alta consecutiva. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o PIB cresceu 1,7%, mantendo-se no terreno positivo por cinco trimestres seguidos. O crescimento acumulado em quatro trimestres ficou em 4,7%, a maior expansão desde o terceiro trimestre de 2011. As informações constam da nota informativa Consolidação da Retomada Econômica, divulgada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) nesta quinta-feira (2/6).
“O crescimento está superando as expectativas”, disse o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, referindo-se às projeções do mercado. “O resultado é melhor do que o previsto”, acrescentou. A nota da SPE registra que as projeções dos analistas de mercado para o PIB 2022 têm melhorado desde março de 2022, devido aos resultados mais positivos dos indicadores de atividade, “notadamente os serviços, mercado de trabalho e investimentos”. De acordo com o documento, naquele momento, o consenso das projeções de mercado se situava em torno de 0,3% para o crescimento em 2022. “No entanto, em linha com as projeções da SPE, há uma revisão altista das expectativas de mercado para a atividade, nas quais a mediana para o PIB anual de 2022 já está em 1,4%”, pontua a nota. A projeção da SPE é de crescimento de 1,5% para 2022, mas o viés é de alta.
O estudo da SPE registra que o resultado do PIB do primeiro trimestre mostra a continuidade da recuperação da atividade econômica, mesmo com os impactos do conflito no Leste Europeu e os efeitos remanescentes da pandemia. “O destaque, do lado da oferta, foi o setor de Serviços, com um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e 1% em relação ao último trimestre de 2021”, comentou Rogério Boueri. Do lado da demanda, o principal fator foi o aumento do consumo das famílias.
No âmbito externo, segundo Boueri, ocorreu um forte crescimento das exportações e um decrescimento das importações. “Atribuímos isso aos problemas de suprimento das cadeias globais, que ainda estão desorganizadas. Quando começavam a se reestruturar veio a guerra, que mais que desviou fluxos de comércio. Isso desorganizou as importações”, observou.
Segundo a nota da SPE, os indicadores de mais alta frequência (diários e mensais) indicam que a atividade continua se recuperando no início deste ano.
Consolidação fiscal
Os resultados mais recentes levam os especialistas a revisarem suas projeções para 2022, ampliando o crescimento esperado, cuja mediana passou de 0,3% para cerca de 1,5% nos últimos três meses. “Ressalta-se que o crescimento de longo prazo da economia brasileira depende fundamentalmente da consolidação fiscal (redução da relação dívida/PIB) e de uma importante agenda de reformas pró-mercado: abertura econômica, privatizações e concessões, melhora dos marcos legais e aumento da segurança jurídica, melhor ambiente de negócios e redução da burocracia, correção da má alocação de recursos e facilitação da realocação de capital e trabalho na economia”.
“A retomada em bens de capital, emprego e serviços está rápida e vencendo não só a pandemia, mas também os efeitos nefastos da recessão de 2014 a 2016”, salientou o subsecretário da Política Macroeconômica da SPE, Fausto Vieira.
As informações são Governo Federal.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil