Rodoviários ameaçam manifestação pela manutenção dos postos de trabalho em Juiz de Fora

Sindicato se reuniu nesta quinta-feira para definir rumos da mobilização; na próxima segunda, categoria terá reunião no MPT

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro) se reuniu, na manhã desta quinta-feira (24), para definir os rumos da mobilização que cobra a manutenção dos postos de trabalho da categoria. A preocupação dos líderes sindicais com a possibilidade de corte de empregos de motoristas e cobradores acontece em meio ao processo administrativo que pode resultar na rescisão do contrato do Consórcio Manchester com a Prefeitura de Juiz de Fora para o transporte coletivo da cidade. A classe não descarta a possibilidade de paralisação.

A reunião entre a diretoria do sindicato nesta quinta foi revelada à reportagem pelo vice-presidente da entidade, Claudinei Janeiro. O representante revelou, logo pela manhã, que “haverá movimento em favor dos trabalhadores da Tusmil (empresa que compõe o Consórcio Manchester)”. “Talvez hoje não tenha (manifestação), mas não descartamos a possibilidade”, disse. No início da tarde, Janeiro confirmou que os sindicalistas optaram pela manifestação na sexta-feira (25), nos moldes do movimento que já havia sido feito no último dia 14, na região central.

Ao longo de quarta-feira (23), o Sinttro teve uma série de reuniões para demonstrar a posição de preocupação com os empregos e buscar as garantias junto à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Em duas oportunidades, segundo o vice-presidente do Sinttro, o órgão esteve com o secretário de Mobilidade Urbana (SMU), Fernando Tadeu David, e também se reuniu com a direção da Tusmil. O diálogo resultou no agendamento de uma audiência no Ministério Público do Trabalho, marcada para a próxima segunda-feira (28). “Mas tal medida tomada pela Prefeitura não é suficiente para os trabalhadores, que querem mais garantias”, diz Janeiro.

Os rodoviários buscam garantias, também, a respeito do pagamento das verbas rescisórias referentes à empresa Goretti Irmãos Ltda (GIL), que deixou o Consórcio Manchester em meio ao atraso no pagamento dos vencimentos dos trabalhadores vinculados à empresa em 2020. Segundo o vice-presidente do Sinttro, a Tusmil assumiu a dívida e faz o pagamento aos ex-funcionários da GIL.

Na quarta-feira, a reportagem entrou em contato com a SMU para solicitar posicionamento sobre a reunião com o Sinttro, mas a pasta preferiu não se manifestar. Nesta quinta, a Tribuna solicitou confirmação da participação da secretaria na reunião do MPT agendada para a próxima semana, mas ainda não obteve resposta.

Consórcio ainda pode apresentar recurso

A decisão pela rescisão do contrato com o Consórcio Manchester foi divulgada pela Prefeitura na última segunda-feira (21). A medida acontece na esteira de processo administrativo que tramita no Executivo e funciona, na prática, como uma decisão de primeira instância, da qual a concessionária pode se defender em até cinco dias úteis após a notificação. “A decisão tem como base o relatório elaborado pela Comissão Processante, que verificou que as irregularidades não foram sanadas pelo Consórcio Manchester”, afirmou, na ocasião, o titular da SMU, Fernando Tadeu David.

O processo em questão foi aberto no último dia 4 após a Prefeitura classificar como “insuficientes” as medidas adotadas pelo consórcio em resposta a falhas na prestação do serviço constatadas pelo Executivo municipal. Uma série de veículos do Consórcio Manchester esteve envolvido em acidentes desde o final de 2021, além de serem recorrentes os relatos de ônibus que quebram durante o expediente. Na quarta, ao menos quatro apresentaram problemas mecânicos.

As informações são do portal Tribuna de Minas, associado AMIRT.

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