Quase 60% da extensão das rodovias de MG está em péssimas condições

Estradas em péssimas condições de rodagem, perigo de queda de barreiras e desvios que se interpõem ao alívio de férias dos mineiros, após um ano tenso e triste pela pandemia do novo coronavírus. Os caminhos mais perigosos são os das praias do litoral capixaba e baiano, administrados pelos estados e a União e sem contar com duplicações. Um total de 58,7% da extensão de BRs e MGs se encontram em estado de atenção e cuidado nestes trajetos. São buracos, obras, barrancos que podem desabar sobre veículos e falta de conservação.

Os caminhos mais críticos são os que têm como destino o litoral do Espírito Santo. O mais conhecido deles, a BR-381, não por acaso chamada de Rodovia da Morte. Mas um outro trecho assusta agora. O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) não recomenda a utilização de outro segmento importante para esse destino, a rodovia BR-262, por motivos de falta de segurança. A rota é uma das mais acessadas pelos turistas mineiros que procuram destinos como Guarapari.

A reportagem do Estado de Minas levantou no Dnit e em órgãos estaduais mineiros, capixabas e baianos as condições de três itinerários de Belo Horizonte para Guarapari (ES) e Porto Seguro (BA), que estão entre os destinos mais procurados pelos mineiros. Apesar da grande procura, as estradas de acesso a esses locais – de pistas simples – não estão entre as mais seguras para os motoristas, diferentemente de outras rodovias que cortam o estado, como a BR-040, para o Rio de Janeiro, BR-262, para o Triângulo, BR-040, para Brasília, e a BR-381 (Fernão Dias), rumo a São Paulo. Ao todo, foram pesquisados 1.347,3 quilômetros, dos quais 790,9 (58,7%) se encontram sem condições ideais de tráfego, enquanto 556,4 quilômetros são considerados bons.

Devido às recentes tempestades, que causaram instabilidade de encostas ao longo da BR-262, no Espírito Santo, o Dnit recomendou que se evite os 79,7 quilômetros de extensão dessa estrada, principalmente na região serrana, que é mais íngreme. “Trecho com fortes chances de alagamento devido a intercorrências de fortes chuvas que acontecem no local. Risco de queda de barreira a qualquer momento. Na dúvida, sugerimos alterar o trajeto pelos desvios disponíveis”, alertam os engenheiros do departamento que monitoram o trecho.
Uma das saídas para evitar a região serrana capixaba seria alongar uma viagem a Guarapari, por exemplo, de 533 para 581 quilômetros – cerca de 40 minutos a mais – seguindo pela BR-356, passando por Muriaé, pelo norte do Rio de Janeiro e ingressando no Sul do Espírito Santo pela rodovia estadual ES-297 para ingressar na BR-101 e chegar ao destino.
Mas os problemas não se resumem às condições das estradas capixabas, uma vez que as rodovias mineiras estão repletas de problemas. Quem opta por fazer a viagem pela BR-381 enfrenta muitos perigos, sobretudo devido às paralisações, desvios, má sinalização e gestão de tráfego ineficiente nos canteiros de obras de duplicação da via, que se arrastam desde 2014. O segmento mais crítico é chamado de Rodovia da Morte nos 109 quilômetros entre o Anel Rodoviário de BH e João Monlevade. Além de ser muito sinuoso, com mais de 200 curvas, há obras de duplicação entre o km 389,5 (Trevo de Barão de Cocais) e o km 427 (Trevo de Caeté).
Uma opção é passar pela BR-356, até Mariana, ingressando nas rodovias estaduais MG-262 e MG-329 até chegar à BR-262, em Rio Casca. Contudo, essa é uma via de pista simples muito estreita, de muitas curvas, com poucos pontos para ultrapassagens e asfalto extremamente degradado, o que se repete na BR-262, seja para quem veio pela BR-381 ou pela BR-356.
Já o trajeto até Porto Seguro exige que se siga pela BR-381 além da Rodovia da Morte, passando por uma estrada em condições um pouco melhores até Governador Valadares, onde se ingressa na BR-116 e posteriormente na BR-418, em Teófilo Otoni. Apesar de serem vias de pistas únicas, as condições são melhores do que nas rotas para o Espírito Santo.
Os perigos também estão à frente de quem vai aproveitar as férias de fim de ano e de ano novo para circular pelo interior mineiro, em rodovias estaduais e federais concedidas. De acordo com informações do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG), há 88 trechos com problemas de trafegabilidade na malha estadual. São 65 segmentos pavimentados com diversos problemas, a maior parte sendo percorrido em meia pista. Outros 23 não são pavimentados e trazem ainda mais preocupações com as chuvas do período. Ao todo, há 29 pontes com limitações ou interdições parciais, sobretudo de tráfego pesado.
Fonte: Estado de Minas

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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