Projeto “Palhaços Online” leva alegria e acolhimento para pacientes

Foto/Reprodução

Um projeto online tem espalhado alegria pelos hospitais e asilos de Uberaba. É o projeto “Palhaços Online”. Realizado pelo estudante de enfermagem e artista Thiago Sorrisão e mais três iniciativas parceiras, os palhaços migraram o cuidado e a alegria ao próximo para o ambiente virtual, após o começo da pandemia da Covid-19. O projeto visa tirar pelo menos um pouquinho da preocupação, tristeza e sofrimento dos pacientes, das equipes médicas, de asilos e casas de acolhimento infanto-juvenil.

 “Quando entrou a pandemia, nós artistas de humanização tivemos que nos afastar, por causa da pandemia. Como eu não tenho ONG, não tenho grupo, eu sempre fiz minhas ações voluntárias de forma independente, eu acabei criando esse projeto online, em que a gente está passando em hospitais, deixando o nome de vários artistas de humanização com o número de telefone e o horário disponível que esse artista tem para estar atendendo de maneira virtual, por videoconferência. Então, a gente atende o pessoal das enfermarias, seja ela ala adulta, seja ala infantil”, conta Thiago, desenvolvedor do projeto.

Além da adaptação do ambiente presencial para o virtual, houveram mudanças nos atendimentos que aconteceram a pedido dos pacientes. Thiago conta que após o começo da pandemia, o momento de palhaçada se tornou mais um momento de desabafo, quase uma terapia. “Na forma online, o paciente, não só o paciente, mas quem o acompanha também, ele desabafa com a gente. No presencial, não havia desabafo. Só haviam as brincadeiras, a gente terminava a brincadeira, já vinha o sorriso. Eles ainda querem ver o rosto pintado, mas também querem fazer esse desabafo”, relata Sorrisão.

Isso se dá, principalmente, ao medo de estarem no ambiente hospitalar, expostos à contaminação do vírus, segundo o relato de Sorrisão, que afirma perceber não só o medo entre os pacientes, mas também uma energia de cansaço e desgaste nos trabalhadores da saúde. “Está todo mundo assustado por estar dentro do hospital achando que podem contrair o vírus, mesmo ficando separados. Por isso acho que teve esse aumento de pessoas querendo desabafar. E não só os pacientes. O trabalho de humanização do palhaço dentro do hospital não só trata do paciente e do familiar, ele trata também de toda a junta hospitalar”, afirma.

Já os lugares como asilos e casas de acolhimento recebem com muito mais leveza os palhacinhos. Alguns com surpresa e adaptação ao ambiente virtual e outros com mais descontração por conhecer e gostar da vida online. “Nos asilos, eles já são muito carentes, quando a gente aparece por vídeo chamada, e para alguns é até novidade, eles ficam primeiramente sem entender o que está acontecendo. Então, eles ficam dialogando com eles mesmos quando veem na tela. Já o público infantil, adolescente, pré-adolescente, eles se soltam mais pelo vídeo, ficam mais à vontade que no presencial. Brincam da maneira deles. No presencial eles são mais reservados”, conta.

O projeto conta com 25 participantes, entre pessoas da ONG Levada do Riso, o Projeto Contagiarte e os Voluntários da Alegria. E quem quiser participar pode entrar em contato com Thiago Sorrisão pelas redes sociais através do @thiagosorrisao, porém, o artista já avisa, é preciso estar com alto astral. “Às vezes a pessoa quer entrar no projeto para levantar o astral e está deprimida, só que não é só palhaçada, você acaba pegando problemas emocionais dos outros e pode ficar pior”, afirma.


Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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