Professores devem diminuir ritmo para melhor aprendizado dos alunos nas plataformas virtuais

Para prender a atenção dos alunos nas aulas à distância durante a pandemia, professores devem ensinar em ritmo mais lento e recorrer a artifícios como contação de histórias – storytelling – relacionadas à matéria, brincadeiras e outros elementos de entretenimento.

É o que acredita o jornalista norte-americano, doutor em Psicologia e professor de Harvard, Daniel Goleman, considerado pela comunidade acadêmica como o “pai” do conceito de Inteligência Emocional. Ele foi palestrante da 1ª edição do SAS Summit, evento 100% digital realizado pelo SAS Plataforma de Educação na noite de quarta-feira, 19.

Para o especialista, que figura entre as mentes mais influentes segundo o The Wall Street Journal, as crianças estão deixando de desenvolver a habilidade social durante o distanciamento, e a tecnologia ainda não consegue substituir essa experiência. Além disso, ele aponta que o ensino remoto também não possibilita a conexão cerebral entre professor e aluno, essencial para a concentração em sala de aula.

“Mas a boa notícia é que as crianças conseguirão retomar rapidamente quando voltarem ao convívio escolar, o cérebro tem essa capacidade de reaprender e se desenvolver mais pra frente”, afirma.

Goleman apresentou o funcionamento do cérebro para explicar a inteligência emocional e como as ameaças – não somente físicas, mas psicológicas, como a ansiedade durante a pandemia – fazem a amígdala, parte central do cérebro responsável pelas emoções, acionar gatilhos para que o córtex pré-frontal tome decisões impulsivas.

Diante desse contexto, o aprendizado se torna mais difícil porque, segundo o especialista, o estresse e o tédio “sequestram” as emoções o tempo todo, prejudicando a concentração e, consequentemente, o desempenho.

“Ainda não conhecemos os possíveis efeitos colaterais a essas crianças e adolescentes, todos estamos passando pela primeira vez por uma pandemia como esta. As crianças têm diferentes necessidades e respostas para cada faixa etária, mas todas sentem no ar a ansiedade em relação ao novo coronavírus”, explicou Goleman.

“Uma das coisas que podemos fazer para as nossas crianças é realizar a gestão dessa ansiedade para que os impactos sejam amenizados. Mas eu gostaria de encorajar os professores a cuidarem de si primeiro, com métodos de relaxamento, para que estejam capazes de cuidar melhor de seus alunos”, disse.

Postado originalmente por: VinTV

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