Presidente da CDL rechaça lockdown: “A pandemia leva vidas, mas leva CNPJ também”

Angelo Crema defende que os "vilões" da transmissão são os eventos e festas clandestinas e não o comércio (Foto/Arquivo JM)

A prefeita Elisa Araújo realizou na tarde de quarta-feira (17) uma bateria de reuniões virtuais com representantes classistas para adequar as restrições impostas pela Onda Roxa, em Uberaba. Na oportunidade, Elisa se reuniu com barbeiros, líderes religiosos e entidades do comércio uberabense para levantar alternativas para evitar o lockdown total na cidade.

De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberaba (CDL), ngelo Crema, em entrevista à Rádio JM, o comércio não é o culpado pelo aumento exponencial do número de internações por covid-19 nas unidades hospitalares. Pelo contrário, os comerciantes fariam um trabalho tão seguro quanto os médicos.

“Vocês entrevistaram o diretor do Hospital Regional e perguntaram: ‘você perdeu algum combatente?’ e ele respondeu: ‘aqui é o local que menos tem contaminação porque nós usamos os EPIs, mantemos o distanciamento e os protocolos’. O comércio também é da mesma forma. O comércio não é o culpado. O comerciante faz a barreira, faz a higienização, mantém o álcool em gel, joga o álcool em todos os locais… Em todas as lojas, estamos mantendo o cuidado para não disseminar esse vírus. Nós não somos os culpados. Os culpados são as festas”, argumenta ngelo Crema.

Questionado sobre possíveis alternativas para a diminuição da circulação de pessoas, o presidente da CDL descartou a possibilidade de revezamento de horários de trabalho e sugeriu a limitação do passe livre no transporte público.

“O revezamento por setores aconteceu em Uberlândia no ano passado e veja a situação que está Uberlândia hoje. Não entendo que essa seja a solução. Uma possível solução é para o transporte coletivo. Inclusive, pedi para a prefeita averiguar a possibilidade de limitar o horário dos passes livres. Pela manhã, nós identificamos que cercar os bancos foi uma ótima iniciativa. Isso diminuiu o número de aposentados que apareciam para tirar apenas 20 reais em caixas lotéricas, ficar conversando na calçada e colapsaram o transporte coletivo e as filas. Vamos achar um meio de colocar o passe livre no horário de 10h até 18h, porque nesse horário os comerciantes não estão no coletivo. Outra coisa, a Febraban coloca o funcionamento no horário que ela quer. Coloca os bancos, as casas lotéricas, tudo daquele jeito. Na minha visão, esse horário do passe livre das 10h às 18h vai desafogar o transporte coletivo”, sinaliza o líder classista.

Ângelo Crema reforçou a postura negativa quanto à hipótese de lockdown, e justificou o pensamento com o número de fechamento de empresas durante o período da pandemia.

“Eu sou totalmente contra o lockdown. Naquela época, no início da pandemia, houve aquela frustração geral da população. Ficou todo mundo dentro de casa, com medo, mas muitos comerciantes não conseguiram reabrir suas portas. Nós precisamos pensar sim sobre isso. A pandemia mata, infelizmente leva vidas, mas leva CNPJ também. Lockdown não é a solução, o cuidado sim”, finaliza.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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