Prefeitura admite surto de Covid em ambiente comercial do Centro

Foto/Joanna Prata

Fiscais da Vigilância Sanitária orientam gerente e entregam ofício em que a Saúde revela situação de surto de Covid na área central

Prefeitura de Uberaba admite a “detecção de surtos [de Covid-19] em ambientes comerciais na região do calçadão”. É o que expressa documento entregue a lojistas e gerentes de estabelecimentos comerciais por fiscais da Vigilância Sanitária que iniciaram ontem operação chamada de “Barreira Sanitária”. Apesar do nome da ação, a reportagem do Jornal da Manhã observou que trabalho dos fiscais não se trata de barreira mas sim de fiscalização nos comércios quanto às normas sanitárias contidas no decreto municipal, além de orientação às pessoas sobre uso adequado da máscara.

Em comunicado divulgado pelo município na véspera foi ressaltado que “o objetivo [da barreira sanitária] é reforçar medidas de prevenção, incluindo uso de máscara, álcool em gel e isolamento social, evitando a aglomeração em lojas e outros pontos comerciais, como medidas contra a Covid-19, tendo em vista a chegada do Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o comércio”.

Ontem, dois fiscais estavam no calçadão munidos de pranchetas e atuando na orientação dos comerciantes locais e na checagem quanto a ocorrência de aglomeração. Também é verificado se há aferição de temperatura na porta, se é oferecido álcool em gel, uso de máscara e o distanciamento social.
Os fiscais da vigilância sanitária também distribuíram o ofício nº 50, assinado pelas chefias dos setores de vigilância em Saúde, Epidemiológica e Sanitária e pelo próprio secretário Sétimo Bóscolo. O documento deixa clara a ocorrência de casos de Covid-19 no setor comercial do Centro da Cidade e que estão em investigação, o que poderia ocasionar novo fechamento do comércio.

“(…)buscando promover ações preventivas de contenção e disseminação do vírus COVID-19, vem informá-los da detecção de surtos em ambientes comerciais na região do calçadão já em investigação, acometendo trabalhadores, com relevante incidência. A partir dessa premissa, na tentativa de minimizar uma grave proliferação ocasionando tomada de decisão desagradável a todos, que possa impactar negativamente a economia e bem estar das famílias e empresas, a exemplo de alternativas como o fechamento temporário do comércio local (…)”, diz o ofício.

A reportagem também ouviu comerciantes da região do calçadão da Artur Machado que preferem não serem identificados e apoiam a fiscalização. No entanto, sem revelar a ocorrência de casos, alegam que falta consciência por parte dos consumidores que frequentam os estabelecimentos. “Muitas pessoas entram na loja, querem encostar em todas as roupas, ficam com a máscara no pescoço e se um dos vendedores fala alguma coisa eles acabam indo embora, como se tivessem sido ofendidos”, afirma um deles.

Lojistas alegam que ambulantes no Calçadão são causa de aglomeração

A presença de vendedores ambulantes ocupando o espaço onde estavam os bancos do calçadão também foi constatada pela reportagem. São oferecidos produtos das mais diversas naturezas: desde pirulitos, meias, até eletrônicos. Os comerciantes ouvidos disseram que já fizeram reclamações sobre a aglomeração causada pelo grande movimento dos ambulantes no espaço do calçadão. Foi relatado que a fiscalização do departamento de posturas passa pelo local, mas que assim que saem os ambulantes instalam suas bancas novamente.

“A gente entende que o momento é difícil, todo mundo está precisando trabalhar, a gente não quer tirar o trabalho de ninguém, mas nós somos cobrados e precisamos seguir as normas sanitárias e se não seguir a Prefeitura lacra nossa loja. Agora você pode ver, o pessoal não segue norma nenhuma, junta pessoas em cima das bancas, mal usam a máscara, não têm álcool em gel. Se tem regra, as regras devem ser iguais para todo mundo, porque se piorar a pandemia quem vai ter que baixar as portas vai ser eu”, posicionou um dos comerciantes.
 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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