Polícia Civil prende 16 pessoas durante operação em Capelinha, Angelândia e Água Boa

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), através da Agência de Inteligência Policial (AIP) da 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Capelinha, desencadeou nesta quarta-feira (28/4/2021) uma megaoperação nos municípios de Capelinha, Angelândia e Água Boa, com ênfase no distrito de Palmeiras de Resplendor, com o objetivo de combater os crimes de tráfico de drogas, roubo e tortura. Durante a ação, que recebeu o nome de Êxodo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e 16 pessoas foram presas preventivamente.

De acordo com o delegado Felipe Pontual Meira Rosa, titular da Delegacia Regional de Capelinha, “as investigações demonstraram que uma Organização Criminosa (ORCRIM), teria sua base fixada na localidade de Palmeiras de Resplendor, todavia, seus integrantes manteriam constantes migrações para aquisições de carregamentos de drogas e distribuições para pontos de tráficos naquele local e em cidades vizinhas. Igualmente, foram detectadas movimentações dos investigados para regiões próximas à sede da ORCRIM, com o intuito de praticar crimes violentos, como por exemplo, tortura e roubo. Fato que levou hoje, as diligências se voltarem sobretudo quanto as prisões dos autores, a fim de evitar tais violências. Nesse cenário, também foram identificadas as migrações de usuários de drogas de cidades vizinhas com deslocamento para Palmeiras de Resplendor, com o objetivo de aquisições de drogas ilícitas, valendo-se daquele local como via de escape, exigindo assim, constantes diligências da Polícia Civil até aquela localidade, visando apurar crimes correlatos aos fatos narrados”. 

As investigações, que duraram cerca de um ano e sete meses, iniciaram a partir do momento em que foi detectado pela Agência de Inteligência Policial, o crescente número de ocorrências de tráfico de drogas, furtos, roubos e crimes relacionados a armas de fogos em Capelinha e região. Diante disso, em análise minuciosa, a Polícia Civil detectou que as ações delituosas eram consumadas de forma organizada por pessoas com funções estabelecidas e com o núcleo situado na localidade de Palmeiras de Resplendor.

“Desse modo, a partir de técnicas investigativas, foi possível apurar autoria e individualizar condutas em crimes de tráfico de drogas, roubo, tortura, crime ambiental, posse/porte ilegal e disparos de armas de fogo, comércio ilegal de armas de fogo e receptação de veículos de origens ilícitas. Assim, nesse cenário, podemos destacar dois crimes que foram praticados com emprego de grande violência por parte dos investigados e que tiveram grande repercussão. Diante disso, os integrantes da ORCRIM, ao longo das investigações, demonstraram o uso de muita violência na consumação de seus crimes e em represálias à população local, para impedir qualquer tipo de denúncia junto aos órgãos de Segurança Pública. Logo, através das informações colhidas durante as investigações, ficou demonstrado, que no crime de tortura, a vítima teria se apropriado de grande quantidade de maconha de propriedade da Organização Criminosa, que se encontrava enterrada às margens de uma estrada na zona rural. Ao tomar conhecimento do fato, o líder do grupo determinou que três subordinados torturassem a vítima até que a droga fosse recuperada ou o prejuízo fosse ressarcido. Por isso, a vítima foi retirada de sua residência por três indivíduos, mantida sob ameaça e cárcere privado, na mira de arma de fogo, na companhia dos três indivíduos em um veículo, enquanto era torturada. Os suspeitos amarraram as mãos da vítima que se encontrava no interior do carro, sob a mira de um revólver, totalmente coberta de sangue, enquanto um vídeo era gravado, possivelmente, como forma de divulgar a atuação da ORCRIM, pois, durante a gravação foi exposto por um dos autores que aqueles suspeitos faziam aquilo com ladrões de ‘mocó’, fazendo alusão a drogas que são escondidas em buracos em locais ermos para não serem apreendidas pela polícia. Ressalta-se que ficou apurado que o líder do grupo, teria acompanhado toda a ação delituosa à distância, conduzindo uma motocicleta, visando auditar a atuação de seus subordinados, no entanto, sem vincular diretamente seu nome aos fatos em tela”, diz nota divulgada pela Polícia Civil.

Roubo em fazenda

“Além disso, podemos destacar outro crime de repercussão, relacionado ao roubo em uma fazenda, onde um integrante da ORCRIM, teria cedido a sua motocicleta para outros dois integrantes (sendo um deles ainda menor de idade), para que estes deslocassem ao local dos fatos e ali consumassem o crime, além de que, pelo que parece, teria auxiliado seus pares durante a fuga. Portanto, os investigados, aparentemente, estariam interessados em subtrair dinheiro em espécie e armas de fogo, que porventura estivessem no local. Assim, os dois autores que deslocaram à fazenda renderam as vítimas já em período noturno, utilizando arma de fogo, sendo que, ainda portavam um galão com gasolina que foi utilizada para ameaçar as pessoas que se encontravam no local. Segundo apurado, os autores ficaram agressivos e ameaçaram atear fogo na filha do encarregado da fazenda, enquanto manuseavam a gasolina, tendo em vista que, não localizaram as armas de fogo almejadas. Apesar disso, vários objetos foram subtraídos da casa do encarregado e da sede da fazenda”, informou o delegado Felipe Pontual.

Mandados e prisões

Diante dos elementos colhidos durante as investigações, a Polícia Civil representou pela expedição de mandados de prisão e de busca e apreensão em face dos investigados, que foram deferidos pelo Poder Judiciário de Capelinha. Sendo assim, na data de hoje (28), foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, resultado na prisão de 16 pessoas. “Ressalta-se que dois dos investigados figuravam como suspeitos em mais de um crime apurado, ocasião em que foram expedidos 02 mandados de prisão preventiva contra eles”, informou a PC.

  • Palmeiras de Resplendor: foram presos quatro homens (20, 26, 28 e 34 anos)
  • Angelândia: foram presos quatro homens (24, 24 e 26 anos) e uma mulher (30 anos)
  • Capelinha: foram presos três homens (19, 21 e 22 anos)
  • Zona rural de Água Boa: um homem (42 anos)
  • Nova Serrana: um homem (26 anos) e um mulher (26 anos)
  • Já estavam no Sistema Prisional: dois homens (23 e 44 anos)

Os suspeitos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil e, após as formalizações de suas prisões, eles serão encaminhados ao Sistema Prisional e permanecerão à disposição da Justiça.

“A Polícia Civil reafirma a importância da participação do cidadão na construção de uma sociedade menos violenta, ao fornecer informações importantes para desvendar crimes e reduzir as taxas de criminalidade, bem como, reafirma o seu compromisso em atuar ativamente para trazer a sensação de segurança para todos”, finalizou o delegado Felipe Pontual.

A operação de hoje contou com o empenho de 78 policiais e apoio das Delegacias de Capelinha, Turmalina, Água Boa, Minas Novas, Berilo, Itamarandiba, Regional de Diamantina, Serro, Gouveia, Santa Maria do Suaçuí, Regional de Guanhães, Nova Serrana, Canil e Apoio Aerotático.

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Postado originalmente por: Aconteceu no Vale

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