Polícia Civil de Minas Gerais investiga o Cruzeiro por falsificações de documentos e lavagem de dinheiro

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar denúncias sobre falsificação de documento particular, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro realizadas pelo Cruzeiro Esporte Clube.

Já foram ouvidas cerca de 15 pessoas, sendo funcionários e ex-funcionários, dirigentes e também prestadores de serviços que sempre fazem transações com o clube.

O delegado Domiciano Monteiro, chefe da Divisão de Investigação de Fraudes e Crimes contra a Administração Pública, afirmou que está investigando principalmente as transações e pagamentos suspeitos.

Já o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, destacou por meio de nota, que há um pequeno grupo da oposição que está plantando notícias junto a alguns profissionais da mídia nacional.

No entanto, as investigações se baseiam em um balancete contábil analítico, que informa os pagamentos feitos pelo Cruzeiro no ano passado. Além disso, existem vários contratos e planilhas de controle interno que confirmam que a diretoria do time quebrou regras da Fifa e também da CBN, no âmbito do futebol, e do governo federal, por meio do Profut, programa de renegociação de dívidas fiscais com clubes.

O maior caso é o contrato de mútuo, ou seja, um empréstimo, assinado pelo Cruzeiro com o empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, no valor de R$ 2 milhões. Após um mês, o clube assinou outro documento passando direitos desportivos para quitar a dívida com Cristiano. Foram entregues percentuais sobre os direitos econômicos de dez jogadores do elenco profissional e das categorias de base.

Entre os jogadores está Estevão William, conhecido como Messinho, de apenas 12 anos, que faz parte das categorias de base do time. No entanto, o clube não poderia ter cedido os percentuais sobre o contrato do menino, já que é uma prática proibida pela Fifa e também porque o jogador só pode assinar contrato profissional a partir dos 16 anos. Logo, a venda de 20% de Messinho não poderia ter ocorrido.

Sendo assim, o Cruzeiro pode ser proibido de transferir jogadores e até registrar novos atletas, segundo o advogado desportivo Bichara Abidão Neto.

A PC ainda investiga outros casos, como pagamentos realizados a torcidas organizadas do clube, os valores dos salários de dirigente, além da fiscalização das ações da diretoria que pode estar comprometida. Por fim, a polícia está apurando o caso de uma empresa laranja para onde o clube transferiu cerca de R$ 369 mil somente no ano de 2018.

(com supervisão de Victor Veloso)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar