A Polícia Civil concluiu cinco inquéritos de homicídios ocorridos em Juiz de Fora, quatro deles praticados neste ano. As investigações resultaram nas prisões temporárias e preventivas de oito homens. Cinco dos suspeitos estão detidos em Juiz de Fora e foram ouvidos na manhã desta quinta-feira (17) na 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. Outros dois estão presos no município de Santos Dumont e um em Matias Barbosa. Todos os casos foram desvendados com a ajuda de testemunhas veladas, ou seja, pessoas não identificadas nos depoimentos por temerem represálias.
Um dos crimes elucidados aconteceu no dia 21 de maio no Bairro Linhares, Zona Leste. Yuri Souza do Nascimento, 19 anos, foi alvejado com, pelos menos, sete disparos de arma de fogo quando estava em um escadão da Rua Heitor Santos Júnior, por volta de meio-dia. Um dos suspeitos, 21, foi capturado na sexta-feira da semana passada durante ação da Delegacia Especializada de Homicídios no Bairro Santo Antônio, Zona Sudeste. “Ele estava foragido há algum tempo, e conseguimos realizar uma ação minuciosa. Montamos uma campana próximo a um escadão na parte alta. Ele ainda tentou fugir da equipe”, contou o inspetor Anderson Salvador.
Os dois possíveis comparsas, de 26 e 27 anos, já haviam sido presos por tráfico de drogas na cidade de Santos Dumont. Segundo o delegado Rodrigo Rolli, a motivação do assassinato estaria relacionada a vingança por outro homicídio. “Chegamos aos três executores e conseguimos as prisões preventivas deles junto ao Poder Judiciário. Mas antes do cumprimento dos mandados dois deles ‘caíram’ por tráfico, sendo presos pela PM.”
Baleado dentro de carro
As outras quatro ocorrências foram registradas na Zona Norte. No dia 17 de agosto, Wagner Aparecido da Silva Gonçalves, 22, foi baleado na cabeça quando estava dentro de um veículo parado próximo a uma distribuidora de bebidas na Rua Professora Helena Antipoff, em Benfica. Dois criminosos se aproximaram do carro, logo depois de duas mulheres embarcarem, uma delas na direção. O automóvel estava prestes a arrancar quando o tiro foi disparado. A cena foi flagrada por uma câmera de segurança do estabelecimento comercial.
Alvejado na cabeça, Wagner foi socorrido até a UPA Norte em estado grave e não resistiu. O suspeito de efetuar o disparo é um jovem, 21, que estaria acompanhado de um primo, 19, e da namorada, 28. “As imagens, junto com o depoimento de testemunhas, mostram de forma clara a participação dos três”, afirmou Rolli, revelando que a arma de fogo estaria na mochila da namorada. O atirador foi o último a ser detido, mediante mandado de prisão preventiva. O primo e a mulher haviam sido presos em flagrante pela PM.
Conforme o delegado, em decorrência desse crime, três dias depois, um homem, 28, foi alvejado por oito tiros em tentativa de homicídio no Miguel Marinho. A vítima teria sido apontada como a pessoa que emprestou a arma de fogo para executar Wagner. “Em represália a esse empréstimo, três autores foram até a residência dele e efetuaram vários disparos, atingido rosto e demais partes do corpo, mas ele sobreviveu.” Nesse caso foram expedidos mandados de prisão temporária. Um dos suspeitos, 21, está detido no Ceresp, outro, 19, está na unidade prisional de Matias Barbosa e um terceiro, 21, é considerado foragido. “A motivação dos dois crimes está ligada à rivalidade existente no Ponte Preta”, concluiu Rolli.
Mesmos suspeitos de homicídios em 2017 e 2019
Um jovem de 19 anos considerado foragido, além de um rapaz, 18, e um homem, 35, já presos, estão sendo indiciados pela Polícia Civil por dois homicídios, um deles ocorrido este ano e outro em 2017. O mais recente foi o assassinato de Pedro Henrique da Silva Rosa, 20, morto a tiros no dia 18 de agosto no Bairro Jóquei Clube II. Também foram alvo do atentado outros dois rapazes, de 20 e 24 anos. “Um adolescente e dois jovens foram presos em flagrante pela PM. Na investigação concluímos a existência de um bonde e chegamos a mais outros três autores”, explicou o delegado Rodrigo Rolli.
A partir dessa apuração, a Polícia Civil solucionou o homicídio a tiros de Vanderlei Bebiano de Macedo, 44, ocorrido em 25 de julho de 2017 na Avenida Atlântica, entre os bairros Jóquei Clube III e Parque das Torres. “O alvo inicial da investigação foi o crime que aconteceu no dia 18 de agosto deste ano. Mas Vanderlei fora assassinado pelos mesmos mandantes, relacionados ao bonde. Um deles está foragido”, disse o policial, acrescentando que as motivações seriam rivalidades “banais” e não estariam ligadas a tráfico ou dívida de drogas. “Querem impor o medo na região.”
Rolli garantiu que todos os delitos contra a vida têm recebido atenção. “No decorrer de 2019 vimos uma questão muito acintosa dentro da Zona Norte, no que diz respeito à Vila Esperança, Parque das Torres, Jóquei Clube e Miguel Marinho. Mas a polícia judiciária está demonstrando para a sociedade que todos os homicídios que ali ocorreram tiveram sua devida apuração, com prisões realizadas.”
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
