A Polícia Militar está ocupando desde esta quarta-feira (3) o Bairro Jardim Natal, Zona Norte de Juiz de Fora. A manobra ocorreu depois que duas pessoas foram agredidas brutalmente na última segunda-feira (1). Possivelmente, o pano de fundo para os casos seria o tráfico de drogas. Segundo o registro policial, uma mulher teve traumatismo cranioencefálico, trauma no tórax e várias lesões pelo corpo. Um homem, ainda não identificado, teria tido unhas arrancadas. No primeiro dia da ação da PM, foi retirada uma espécie de barricada feita no ponto mais crítico do bairro. O obstáculo seria para dificultar a chegada de viaturas. Um homem já foi preso e foram apreendidas drogas, arma e munições. A corporação garante ficar no bairro por tempo indeterminado.
Depois das agressões, a comunidade do Jardim Natal ficou acuada e preocupada que novos episódios violentos ocorressem. Segundo moradores que não quiseram se identificar, o clima estava tenso na comunidade. No local onde ocorreram os crimes, que inclusive foram filmados e circulam nas redes sociais, criminosos haviam feito barricada, uma espécie de quebra-molas, com entulho. O ponto é conhecido como “paredão”, e, segundo a PM, é o mais crítico em relação à venda e ao uso de tóxicos. NO local, criminosos ainda escreveram em um muro os dizeres “PM bom é PM morto”.
Diante da gravidade da situação, a 269ª Companhia, responsável pelo policiamento na região, deslocou seu setor administrativo para o bairro e destinou efetivo especial. De acordo com o comandante da companhia, capitão Dimas Ferraz, a ocupação não tem data para terminar. “No mesmo dia que começamos a ação, retiramos os entulhos com a ajuda de um trator. Ele foi colocado na via onde aconteceram as agressões. A Polícia Militar não estava sendo impedida de entrar em lugar nenhum, mas eles queriam dificultar. Este crime foi parecido com os que ocorrem no Rio de Janeiro, porém, aqui eles não terão espaço”, disse o oficial.
De acordo com o capitão Ferraz, diversas abordagens estão sendo feitas durante todo o dia e noite. As trocas de turno da companhia estão sendo feitas no bairro. “Todo o administrativo está deslocado aqui para o bairro, eu também estou ficando aqui todo o expediente”, disse.
PM pede que comunidade denuncie
O comandante destacou a importância de a população denunciar. “Isso nos ajuda muito. As denúncias podem ser feitas anonimamente, via telefone 181. A maioria da população aqui é de bem, trabalhadores”, afirmou. Foi por meio de uma denúncia que a PM prendeu, na noite de quarta, um jovem de 19 anos. O comandante da 269ª Companhia apontou que é investigado se o detido tem envolvimento com as agressões, como mandante ou executor.
Segundo o registro policial, um denunciante apontou que o suspeito estaria portando uma arma que havia sido furtada de um policial militar. A data e o local do crime não foram informados. Os militares se deslocaram para o escadão onde ele estava, o suspeito fugiu ao perceber que seria abordado e entrou em sua casa. Conforme a PM, ele arremessou a pistola pela janela dos fundos do imóvel. Os militares fizeram buscas no terreno nos fundos da residência e encontraram o armamento, uma pistola calibre 380. O homem foi preso em flagrante e afirmou ter comprado a arma por R$3.800 de um desconhecido. A numeração da pistola estava suprimida, por este motivo, não foi possível confirmar se ela era a que havia sido furtada.
Percebendo que o jovem recebia várias mensagens de uma pessoa via WhatsApp, os policiais fizeram levantamentos e conseguiram identificar o indivíduo. Ao chegarem em sua casa, também no Jardim Natal, os militares ouviram barulho de telhas se quebrando, possivelmente, momento que o suspeito fugiu. Os policiais entraram no imóvel e encontraram 55 buchas e dois tabletes de maconha, material para embalar drogas, um rádio comunicador, um copo de liquidificador usado para processar cocaína, além de dois celulares e R$1.088 em dinheiro. A PM fez buscas, mas o homem não foi localizado. A Delegacia Especializada continua investigando os casos.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
