Após pedido oficial da ABCZ, o Banco do Brasil anunciou ontem a renegociação de dívidas atrasadas dos produtores rurais. O anúncio foi feito na sede da entidade pelo superintendente regional do banco, José Carlos Vasconcelos, após reunião com o presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, e o diretor da entidade, Rivaldo Machado Borges Júnior. Também estiveram presentes os diretores Fabiano Mendonça e Valdecir Marim e o superintendente-geral da ABCZ, Jairo Machado.
O presidente da entidade, Arnaldo Manuel, explica que o pedido de renegociação para pecuaristas que estão em débito foi feito pela ABCZ, junto ao Banco do Brasil, no dia 12 de março, em Brasília, durante reunião com os executivos do Banco. “Isso é resultado de um diagnóstico em que tomamos conhecimento de regiões, afetando principalmente os pequenos e médios produtores, que tiveram de cinco a seis anos críticos de seca”, frisa.
Para o diretor da ABCZ, Rivaldo Júnior, essa é uma importante oportunidade de recuperação para os produtores rurais brasileiros, e não só os associados, que sentiram os reflexos negativos não só da seca, mas também da operação Carne Fraca. Aproveitando a oportunidade, o diretor anunciou que estuda a abertura de uma agência do Banco do Brasil dentro do Parque Fernando Costa, no ano que vem, para atender aos produtores e também toda a população.
Segundo o superintendente regional do Banco do Brasil no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, José Carlos Vasconcelos, o benefício será disponibilizado a todos os produtores que apresentarem dificuldades de pagamento de créditos rurais atrasados. Ele ressalta que, inicialmente, cerca de 10 mil produtores já podem ser beneficiados pela medida. Considerando a repactuação feita entre banco e produtores da área da Sudene, no Nordeste do país, o número de pecuaristas atendidos pode chegar a 30 mil.
O superintendente explica que o banco prorrogará as dívidas rurais com parcelas vencidas em 2017 e a vencer em 2018, sendo que o recurso obtido para investimento e custeio prorrogado em anos anteriores terão as parcelas reprogramadas para um ano após o final do contrato. Para créditos destinados a custeio de gado de leite ou misto, o produtor deve realizar o pagamento de 20% do débito para prorrogar o saldo restante por dois anos. Já para custeio de gado de corte, o produtor deve pagar 30% do débito para prorrogar o saldo restante por três anos, sempre com os juros habituais de contrato. Para os produtores com dívidas antigas, Vasconcelos afirma que o meio de negociação é outro, em razão do Manual de Crédito Rural.
Com uma carteira de crédito total em torno de R$160 bilhões, José Vasconcelos destaca que a inadimplência chega a 2%, o que é considerado confortável, mas, em razão das crises no mercado do gado, houve neste segmento um aumento que fugiu desse percentual. “[A carteira dos pecuaristas] representa em torno de R$10 bilhões, com inadimplência de 4%, o que podemos trazer para a meta de no máximo 2% com as prorrogações, pois são soluções viáveis para o homem do campo”, reforça.
Postado originalmente por: JM Online