Paraguaios são resgatados de trabalho análogo à escravidão em fábrica de cigarros em Minas

Trabalhadores foram trazidos de SP, mas não tinham consciência de onde estavam; um deles sofreu ferimento no olho, não recebeu atendimento médico e continuou trabalhando

Quinze paraguaios que trabalhavam de forma análoga à escravidão foram resgatados de uma fábrica de cigarros falsificados em Cláudio, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, durante uma operação do Ministério Público do Trabalho realizada na terça-feira (16).

A situação foi descoberta após denúncias anônimas. Segundo a Polícia Militar, a fábrica começou a funcionar há 30 dias em um galpão próximo ao trevo para Divinópolis, na entrada da cidade de Cláudio. Os paraguaios teriam vindo para o Brasil após receberem uma promessa de emprego. Eles chegaram em São Paulo e teriam sido trazidos para Minas Gerais vendados.

Os trabalhadores, que mal sabiam em que cidade estavam, foram impedidos de se comunicar com qualquer pessoa que não trabalhava na fábrica. Eles estavam impedidos de sair do galpão há 30 dias e só saíam do local para dormir em um alojamento improvisado.

Também de acordo com os policiais, um dos trabalhadores se feriu durante um acidente de trabalho após um pedaço de metal se soltar de uma máquina e atingir o seu olho. A vítima não foi levada para o hospital e continuou trabalhando normalmente nos dias seguintes.

No galpão foram encontradas 20 pessoas: 15 trabalhadores nascidos no Paraguai e três gerentes da fábrica, além de dois técnicos que faziam manutenção nas máquinas e foram liberados. Os gerentes responsáveis pela fábrica foram presos. Também foi encontrado um grande maquinário capaz de produzir cigarros falsificados em larga escala.

Os gerentes foram levados até a Delegacia da Polícia Federal, que vai investigar o caso.

Os cigarros Eight normalmente são produzidos no Paraguai e, pelo menos até 2014, a empresa não possuía autorização para atuar no Brasil. A Itatiaia tenta contato com algum representante da marca.

As informações são da Itatiaia.

Foto: Divulgação/MPMG.

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