A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em conjunto com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), desencadeou, nesta quinta-feira (18/11), a operação Bypass. Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Contagem, Região Metropolitana, visando desarticular uma organização criminosa envolvida em ligações clandestinas de água no município.
Durante a ação policial, indivíduos foram conduzidos à delegacia para prestarem esclarecimentos. A PCMG pretende, até o final do dia, individualizar a conduta de cada um deles, que podem responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, furto e receptação de água.
De acordo com o delegado responsável, Guilherme Sabak, da 4ª Delegacia de Polícia em Contagem, as investigações tiveram início a partir de denúncias da própria população. “Descobrimos que um funcionário da Copasa estaria repassando informações privilegiadas para outros indivíduos, que por sua vez iam até residências que necessitavam de ligação ou religação de água e cometiam as fraudes”, revela.
Até o momento, são investigados um servidor da Copasa e dois terceirizados da companhia.
Esquema
A PCMG apurou que, mediante as informações de demandas por ligação de água, os investigados iam até os imóveis, muitas vezes atrasando os processos legítimos, e ofereciam formas de ligação clandestina aos titulares. “Batizamos a operação com o nome Bypass, inclusive, por ser um dos métodos que eles utilizavam, que consiste em realizar ligações externas nas casas, sem uso de hidrômetro, evitando, assim, computação pela Copasa e cobrança de valores”, explica Sabak.
O grupo criminoso se valia, ainda, de um veículo clonado com a identidade visual da Copasa e cones de interdição para aparentar legitimidade nas operações irregulares.
Em um dos casos investigados, a PCMG descobriu que um condomínio, atendendo uma rede de 40 casas, apresentava os indícios da fraude. “Como houve anuência dos titulares das contas, estamos investigando também os crimes de receptação de água e até de furto, dependendo da modalidade da fraude”, conclui o delegado adiantando que a Polícia Civil analisará os relatórios técnicos produzidos pelos servidores da Copasa que integraram a operação para reforçar o inquérito policial.
Foram empenhados na ação 30 policiais civis e 18 técnicos da Copasa.