Novo perfil: Jovens apresentam quadros agravados da Covid dias após contaminação

Não são mais apenas os idosos que têm o quadro agravado pela Covid-19. O salto na transmissibilidade englobou a população como um todo, tendo destaque, agora, a agravação do quadro de jovens adultos sem comorbidade. Em entrevista à Rádio JM, a médica infectologista Cristina Hueb Barata explicou que a faixa etária abaixo dos 60 anos começa a apresentar avanço na doença também. 

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“O que tenho visto, primeiro é aumento de volume, mais jovens estão adoecendo porque têm mais casos ativos. Segundo, é a pouca importância que os mais jovens dão aos sintomas: ‘sou jovem, não tenho comorbidade, não sou grupo de risco, essa febrezinha, esse mal estar vai passar’. Só que muita das vezes eles chegam já com a doença muito avançada e temos visto complicações dessa faixa-etária um pouco mais para frente, depois do décimo dia, depois do décimo quarto dia, décimo oitavo! Antes víamos entre o sexto e o oitavo dia, parece que o organismo fica mais resistente e demora mais a entregar os pontos, aí a pessoa já chega em estado mais adiantado”. 

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Um outro ponto levantado também foi o acometimento de famílias inteiras, pois antes eram vistos alguns casos onde um membro era infectado, mas outros do mesmo núcleo familiar não. Entre as hipóteses, a especialista explica que se há maior transmissibilidade, se estão ficando mais juntos e tem uma variante que transmite mais, vai pegar em mais gente, logo em mais membros familiares. Mas também pontua que, ainda há sim casos onde a família inteira não pega e, que isso, segundo estudos recentes, pode estar ligado à genética e que podem existir algumas alterações no genoma que favoreçam uma imunidade maior.  

A maior transmissibilidade também interfere na contaminação maior em outros espaços de risco, como hospitais e asilos.“Há ainda uma transmissão intra hospitalar,  de profissionais para pacientes, de pacientes para profissionais, de familiares de pacientes levando de casa para lá e levando hospital para fora”, explicou. Cristina Barata pontua que o problema é que até o caso positivo ser identificado ele já circulou. 


 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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