A mulher acusada de abrir a barriga de uma grávida, retirar o bebê e matar a mãe, irá a júri popular. O caso ocorreu em outubro de 2018, em João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais, quando Mara Cristina, de 23 anos, foi brutalmente assassinada por Angelina Ferreira Rodrigues, que na época tinha 40 anos.
No dia 16 de agosto do ano passado, o juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha pronunciou a dona de casa pelo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e pelo fato de se tratar de uma mulher, no caso um feminicídio. Segundo a sentença, os jurados vão decidir se a acusada cometeu ainda o crime de dar parto alheio como próprio e subtrair incapaz.
A defesa recorreu e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) fez um parecer contrário à modificação da decisão de pronúncia. “O relator, desembargador Marcílio Eustáquio Santos, baseado nas diferentes versões do depoimento e no contexto em que ocorreram os crimes, concluiu que compete ao tribunal do júri analisar todas as circunstâncias do fato”, informou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
O crime
O corpo de Mara foi encontrado amarrado a um tronco, enforcado e com sinais de que o bebê tinha sido retirado de sua barriga. A vítima estava em um terreno perto de um posto desativado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às margens da BR-040, ainda dentro da cidade de João Pinheiro.
O caso passou a ser investigado, depois que Angelina e o marido dela, chegaram com a recém-nascida de Mara no Hospital Municipal de João Pinheiro dizendo que a menina era deles. A bebê estava ferida na cabeça e precisou ficar hospitalizada. Os médicos do hospital desconfiaram da versão e pediram a mulher para fazer exames, por que ela não aparentava ter ganhado um bebê recentemente. Com a desconfiança, a Polícia Militar foi acionada.
Enquanto os militares registravam a ocorrência, eles receberam a informação que uma mulher de 23 anos estava grávida de 8 meses e tinha desaparecido. Familiares de Mara relataram que ela morava junto com a mulher de 40 anos, suspeita do crime.
Depois da insistência dos militares, a ré confessou que o recém-nascido não era dela e disse que não sabia onde a mãe da criança estava.
A acusada estava simulando uma gravidez há algum tempo. No Facebook dela ela tinha fotos com um sapatinho de criança na barriga como se estivesse grávida.
Ela chegou até a dar nome para a suposta menina e dizer que ela seria bem-vinda. As fotos foram postadas no mês de setembro. No entanto, segundo o delegado, exames mostraram que não havia gravidez.
O Tempo
Postado originalmente por: Portal V9 – Vitoriosa